sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Enfim, recomecem a festa!


E o que dizer de 2011?
Que diferente de 2010, eu não amei até perder meu fôlego, nem sorri como se não houvesse um amanhã, então, penso nesse ano como consequência do anterior, onde eu aprendi que nem sempre a gente domina o que sente, mas sempre consegue aprender com o tempo que não dá pra querer quem não te quer, logo, esse ano me fez enfim, esquecer quem eu deveria, e abrir minhas portas e janelas pro que viesse de novidade. E consequência, bom, passei o ano anterior inteiro estudando pra chegar onde cheguei, e esse ano foi o ano de eu chegar, de pela primeira vez eu sentir o gosto de colher os frutos que plantei. É, ok que eu não estou EXATAMENTE onde queria estar, mas poder dizer que de certa forma você tem seu lugar ao sol, e um lugar bem desejado por muitos, é ótimo.
Senti falta de acordar e dizer : cacete, o que eu fiz ontem? - senti mesmo a falta de ser mais impulsiva e menos controladora comigo mesma, como eu sempre fui. Paranóica e cismada como sempre, mas sem aquele Q de quem vai ter história pra contar.
E eu não sei responder as perguntas de praxe para virada de ano, não sei o que desejo pra o ano que vai entrar, não sei o que espero e nem o que planejo. Eu planejo sim, desejo sim, mas nada tão forte quanto já foi, nada de torcer os dedos nos últimos segundos e pedir "por favor, eu preciso" - não, eu acho que eu preciso, mas não sei bem se torço meus dedos.
E não é despeito pelas coisas que quero, poxa, só eu sei como eu quero certas coisas e como gostaria de ficar mais perto de certas pessoas, mas eu não consigo por isso em planos, depois desse ano não. Esse ano eu aprendi que da mesma forma que pude calcular e ter o que queria exatamente como quis, eu também tive que lidar com o imprevisto e sentir por um fio, que todo o meu chão poderia desabar e eu ficar ali, inerte e sem caminho. Vi a pessoa que mais amo nesse fio, e eu não imagino o que seria de mim, se algo tivesse dado errado, e foi por tão pouco, tão pouco! A vida é muito pouco. Tive que ser forte demais quando eu só queria poder abraçar alguém e falar "me diz que vai dar tudo certo? diz que eu vou aguentar e ver isso acabar bem?"- e em nenhuma vez fiz isso, em nenhuma vez chorei pelo que sentia e pedi ajuda. Vai ver por isso eu sempre chorava quando bebia e culpava as pessoas que nem sequer sabiam direito, onde minha cabeça estava. E provavelmente essas pessoas me achem fracas demais, por acharem que chorava sem motivos. Exatamente por isso chorei com elas, não me conheciam bem mesmo, não faria diferença se julgassem.
Aprendi a conviver com essas pessoas, e com outras e cada dia mais outras. Aprendi a dormir com alguém todos os dias - tá, isso eu não vou aprender nunca- aprendi a me manter viva com meu próprio alimento, aprendi que em festas de faculdade, ou você é o idiota do grupo legal, ou o legal do grupo idiota, aprendi que eu nunca mais vou dizer " não, ele nunca" ... esse meu despeito inicial me rendeu algo não devastador, mas algo que eu não conhecia. E aprendi que lugares fechados sempre vão render assuntos do tipo "vai chover heim?" .
Conheci muitas pessoas que nunca pensei em conhecer, e não sei como, mas gostei muito de algumas, de umas em especial, tanto, mas tanto, que me aparecem nos pensamentos todos os dias. Talvez elas não saibam bem quem eu sou, mas bem, esse não foi um ano meu, esse foi um ano que vivi para outras pessoas, elas precisaram tanto de mim que acabei me deixando um pouco de lado. Espero voltar agora, porque agora, eu me sinto falta, e eu preciso de mim aqui.
- Queria muito ligar pra algumas pessoas, umas cinco, e dizer o quanto eu sinto, o quanto eu agradeço, o quanto aprendi e como eu desejo com todas as minhas forças mantê-las cada dias aqui mais perto.
Mas eu usando o telefone? Eu ligando? Ahhh tá!!! Deixa pro ano que vem, quem sabe!!!

E a minha coracionada de fim de ano, vai pra minha mãe, ela, a mais forte e dos 500 ml de peitos mais lindos do mundo!!! <3333333333333333333333333'

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

E o amor com isso?!


Desde ser pequena o bastante para ainda nem seios ter - ah sim, ainda não os tenho - eu me vejo vendo casais estúpidos demais para evitar que meu cérebro comece a rodar a fita da imaginação, que no meu caso, eu não imagino, eu faço curta metragem cerebral, as vezes até longa. Eu, sempre sozinha e vendo aquela grande encenação alá Shakespeare com um toque de Nelson Rodrigues, que é pra dar "realidade" - palavra qual, fogem os lindos amantes do tal amor - realidade pra quê, não é? Se o amor é o fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é o contentamento descontente ... mas que cacete, cadê o lado bom nisso? Então todos vocês, que andam por ai com suas mãozinhas dadas estão com dor, com feridas, com descontentamentos?
Todo mundo tem casal de amigos, ou amigos que viraram casais. E todo mundo sabe o porre que é ter amigo que namora. Nada pode, tudo pede e sempre, sempre um belo par estraga a noitada da galera no bar, porque resolveu lavar a roupa suja antes de chegar em casa. O caso mais tipicamente tosco de amigos que iniciam a vida amorosa, é a mudança de personalidade - que por sinal era falha - em quesitos de encontrar semelhanças com o ser amado, inventando as mesmas, quando você, amigo maroto já sabe que é pura marmota pra agradar o par. A pessoa nunca gostou de sertanejo universitário, mas vai saber cantar todas porque o amor gosta. A pessoa preferia sair de jeans e camisetinha, mas o namorado prefere que se enfeite digna de uma festa black tie. A pessoa odeia comida bahiana, mas vai até aprender a cozinhar vatapá. E por ai segue o ridículo da vida. Mas não segue pra sempre.
Já parou pra pensar que o seu par, sua então alma gêmea, não tem nada a ver com você, e que os opostos não se atraem? A teoria dos opostos certamente foi criada por alguém estúpido o bastante pra acreditar que o amor vence barreiras do tipo nerd versus fanfarrão. Ou você consegue imaginar um nerd namorando uma micareteira? Ele lá, jogando PS3 e ela lá, dando nó em fita de cetim pra cada cara que beijou ela sem pedir permissão? Não! Na minha cabeça certas coisas não entram, e essa é uma delas, definitivamente.
Não é só uma questão de gosto musical, gastronômico ou físico. É uma questão de carácter, princípios e limites. Você não vai ser feliz pra sempre, ao lado de alguém que vai pedir suco de laranja enquanto você vai pedir uma cerveja gelada. Talvez nem seja feliz pra sempre mesmo com alguém que peça o mesmo drink e ainda brinde com você. Então, crer que o amor vence QUALQUER barreira, incluindo a total falta de afinidades, me parece o mesmo que crer em contos de fadas e histórias bíblicas, e como diria minha mãe :
-Desde os 3 anos você me disse que não tinha ninguém lá no céu, nem ninguém dentro do seu coração.
O que não me impossibilita de ter alguém nos meus pensamentos, e nas minhas ideias racionais de crer, crer que perfeito não vai ser nunca, mas também não precisa ser assim como a sociedade me impõe, casais estúpidos que amam sem ao menos saber que admiração deveria vir antes de qualquer sentimento que te torne vulnerável a alguém.
Então mundo, mais amor, por favor?!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sentindo o sentido do invisível ?!



Tudo começa quando alguém me diz "oi, que saudade!" - sério? saudade? hã? - Tenho defeito nesse "sentimento".Talvez por não ser exatamente brasileira, é, porque até onde sei, saudade é um sentimento tipicamente daqui, em outros lugares ele não é um sentimento, é uma falta apenas, como qualquer outra. E é ai que está o problema. Eu não sinto saudades, eu digo que sinto, até digo, quando sinto tédio e lembro que "alguém" poderia estar comigo, mas é involuntário e meio vazio, só pra me sentir humana como todo mundo. Vejo a pessoa que não vejo a muito tempo e digo "sinto saudade", quando na verdade eu pouco sei sobre. Sei que descrevem saudade como uma agonia insuportável, um vazio que só alguém poderia preencher, a falta absurdamente sentida por alguém que se ama. Então é por isso que eu não compreendo a saudade. Eu não entendo a descrição do amor também.
Amor: afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém.
Vê quanto significado tem o amor? Então ninguém pode me culpar ou julgar quando digo "eu te amo" para diversas coisas e pessoas, no exemplo "apetite" então? Posso dizer que te amo por estar comendo - algo ou alguém?- enfim. Aquele amor que contam como irreversível, indestrutível e único, eu desconheço. Assim como a saudade. E assim como Deus. Esse Deus de letra maiúscula, unipotente e unipresente, sentado numa nuvem e invisível pra mim, e audível pro pastor da Igreja da esquina, ele não existe. É impossível ter um homem invisível lá em cima no "nada" me olhando pra contar com quantas pessoas eu saio e julgar minha vida sexual. As nossas, no caso.
Vou seguir com sorriso meia lua sempre que alguém vier me expressar saudade, e ficar me perguntando se essa pessoa apesar de estar dizendo isso, assim como eu não faz a menor ideia do que diz. E vou imaginar que ela diga eu te amo, tentando buscar nessas poucas palavras o que significa poder gostar muito de tantas outras coisas e criar isso pra diferenciar todas elas, e também vou imaginar que ela vai olhar pra cima e pensar: Deus, alguém ali disse que o senhor lhe falou, e eu me acho estranha, porque ouço vozes as vezes, que não são as suas. Um dia eu descubro o que é saudade, amor e deus, mas até lá, eu fico com o que é concreto : uma boa dose de vodka.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Luzes, câmera, cancela.


E o espírito natalino continua a me atacar como uma bala dundum, e os fragmentos continuam a me rasgar os órgãos até começar o ano. E como desgraça pouca é bobagem, o ano no Brasil só começa de fato, após o carnaval - outra época, insuportável - ou seja, tenho dias e dias de férias sofridas, e elas não deveriam ser sofridas pra mim, mas pra isso eu teria de não ter nascido. O que há de errado com essas pessoas que não tem nada de errado, e ficam felizes o tempo todo? Eu tenho que me comportar como elas pra me sentir tão feliz e pimpona ao ponto de conseguir dar um "@" e simplificar todas as minhas noites com um "FODA" ? Eu não sei ao certo como elas se comportam, mas sei que escrevem o tempo todo que estão se comportando de maneira "foda". Só acho estranho conseguir estar sendo "foda" e ao mesmo tempo conseguir dar uns "@", é tipo estar em dois lugares ao mesmo tempo. Eu mesma, passo o tempo todo dando uns "@" e reclamando do quando o meu dia está "foda" de chato, prova viva de que de fato ele está, é eu estar aqui, tendo tempo de escrever isso.
Mas eu vou fazer promessas de Ano Novo, dizem que funcionam. Então, promento que vou pegar todos que me derem bola, vou beber sempre até entrar em coma, vou me divertir mesmo que isso contrarie todo o restante, vou vestir abadá e curtir micareta, vou ser simpática e ter 1.000 amigos em site de relacionamento, como se fisicamente fosse possível ter 1.000 amigos. Prometo, pulo ondinha e como sete caroços de romã.
Eu já mencionei que nunca cumpro minhas promessas? Então, fica válida a que inclui o item "beber".

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sombra


Será que todas as pessoas que sofrem de insônia nunca perceberam que sonham menos do que as outras que dormem de forma "normal" ?
Eu odeio dormir. Sempre tive medo - nos sonhos eu me lembro de coisas que gostaria de não ter consciência, eu vejo a criança, a adulta e a morte. Eu vejo o porque das coisas serem como são, eu vejo o quanto gostaria de nunca ter sido criança.
E se eu dormir e acordar, e perceber que eu ainda sou eu mesma? Eu mesma não existe, o fato é que a cada dia que desperto de poucas horas de "sonho", me deparo com alguém diferente.
Mas o que ficou lá atrás, é igual pra todos esses alguéns.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Carneiros ?!


Sofro de insônia, e sofro de informação desnecessária que acompanha a insônia. Desde que inventaram redes sociais, basta você sofrer de insônia e não ter nada melhor para fazer, que você vai lá insistir em coisa que não deve.
Não quero saber de letra alguma, nem do "rolê" super supimpa que alguém de vida mais sociável que a minha fez. Também não gostaria de saber quantos tiros alguém da em flertes virtuais pra ficar mais descolado e automaticamente lucrar o lanche da noite super animada que vem por ai. Muito menos, quero ler frases enigmáticas daquelas que as pessoas escrevem como carapuça, e que ficam a me fazer pensar "e que diabos é isso?".
E eu a partir de agora não vou ler nada que as pessoas escrevam ... não vou mesmo. Juro que não vou, pra quê, não é? Pra me intrigar? Me fazer pensar na vida alheia que me incomoda porque é mais divertida que a minha? Não eu não vou!
Mas e se você ai do outro lado, fala mais do que faz? Eu mesma, já me fingi de animada, agitei minha home page de um site qualquer, fiquei off line após um "UHUL" e fui para o sofá, ver filme sozinha comendo pizza! Não, mas eu sou uma grande contradição. Ninguém mais faz isso.
É, melhor não ler mais nada, as pessoas são felizes demais! Nunca mais vou ler!
-todos os dias eu me repito o mesmo discurso, e olha eu ... acabei de ler várias coisas, tipo, várias coisas desnecessárias outra vez.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Tá, passou!

Enquanto todos os seus amigos sofrem de ressaca e aminésia por conveniência moral, você está de pijama sentada no sofá vendo seu time perder um mundial, e sem a narração dramática do Galvão Bueno, que daria a ênfase necessária pra isso, sendo desnecessário.
Mais deprimente e solitário está seu domingo, quando você percebe que ou você leva sua irmã de oito anos pra sair com você, ou se contenta em ouvir dingou natalino e ver todas as luzes da Avenida Paulista, acompanhadas de pessoas felizes e acompanhadas. Sim, é uma auto-crítica.
Ás vezes, sinto falta de alguém, não pra conversar - ou ter comportamentos reprodutivos - mas só pra ficar perto e eu saber que alguém está perto.
O jogo no recuo, a vida, sempre no recuo.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Oi?!


Segundo o Wikivida : Oi!, olá! e alô! são interjeições que expressam um cumprimento positivo de boas-vindas. São utilizadas como saudação entre duas pessoas, ou entre um indivíduo e várias pessoas.
Duas letras, um projeto cuspido de palavra, uma interjeição que expressa "boas-vindas". E dá pra acreditar que uma pouca droga dessa, causa a maior discórdia entre "duas pessoas, um indivíduo e várias pessoas?" - pois é, eu que o diga!
Quando criança, tive um certo problema com o oi, que me rendeu - como toda a minha estranha infância rendeu - um probleminha. É, um probleminha. Eu não digo "Oi", tá não vou ser radical, eu digo, sob muita, mas MUITA pressão.
É preciso explicar isso : eu não digo o oi de forma inicial, ou seja : eu não saio por ai chegando em "indivíduos" e dizendo "Oi!", eu até penso em fazer isso quando vejo alguém de que gosto - é, ai começa todo o filme na minha mente, lá está a pessoa, vai passando sorrateira , alegre, saltitante e pimpona diante de mim, digo ou não digo "oi" ? Espera ai, e se eu disser e ela for míope? Sim, eu sou míope e levo minutos para identificar alguém, ela pode fazer o mesmo, não me reconhecer e não responder! Fico como, com o "oi" na mão? Ou pior, e se for daquelas pessoas escandalosas? Digo oi e ela começa a berrar enlouquecida de felicidade por me ver? Não, ninguém fica feliz em me ver, talvez ela berre mesmo, berre algo do tipo "SAI DAQUI, Ô!". Não, melhor não dizer. - eis-me ai, abortando o pobre "oi". E é ai que as pessoas dizem "nossa essa garota é estranha, nunca me cumprimenta, e eu a conheço".
E a infância com isso? É que alguns tios meus, que moram na Itália vieram para o Brasil quando eu era uma criança em fase de aprendizado. E eu perguntei para um deles: Tio, como digo "oi" em Italiano? :
- " Tchau!"
- não tio, quero oi.
- "Então, Tchau!".
Ele era um tio com muito senso de humor. Nunca quis saber como afinal, se dizia oi em italiano, mas aprendi algo muito mais valioso - oi eu não digo, mas tchau, ah isso eu digo, e nem preciso estar com os meus óculos!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Posso vomitar você? Calma, não vai te sujar!


Desde que entrei na faculdade, precisei voltar a fazer análise. Muita coisa aconteceu comigo de uma só vez, e eu não tenho ombros fortes, e também não sou do tipo que consegue tomar emprestado o ombro alheio com muita facilidade. Acho o ombro uma coisa muito íntima, não é em qualquer um que você chora não Fagner - desde que seja sóbrio - assim como não é em qualquer mão que você segura pra caminhar por ai. Enfim, as análises me ajudam muito, não que eu seja psicótica - ou sim ... - mas eu precisava dividir minhas angústias com alguém, e ninguém melhor que um cara sendo pago pra isso, que não vai me dar palpites pessoais, e sim me conduzir nessa jornada chamada sacanagem ... digo, vida.
O consultório do analista é inacreditável. Afinal, é uma clínica de doentes mentais assumidos, sim assumidos, porque eu creio que todo mundo seja doente mental, alguns apenas prefrem fingir para si mesmos que são super normais, ouvindo funk, usando oakley e se relacionando com mulheres que vão ao baile sem calcinha ... tái, comportamento mais normal impossível, não é?! Prefiro os anormais que estão mensalmente comigo na sala de espera, vendo a TV - E OH! é o ápice da sala de espera - todos os loucos ali, vendo a globo e comentando loucamente a programação, e acreditem, comentários realmente absurdos, coisa de quem vive em outra dimensão e consegue ver BEM além. E hoje, só pra variar, eu nessa missão de não ser um atrativo para estranhos virem puxar papo, falhei. Uma senhora que se sentou ao meu lado, fez questão de narrar todo o sua dia-a-dia louco pra mim. Remédios, religião, família, comida, novela, crochê, doenças - foi até indiscretíssima me dizendo que estava menstruada e usando uma fralda tamanho G de criança, e isso me fez imaginar coisas nada cabíveis de serem escritas - e eu ali, calada com meu sorriso meia lua, como quem se pergunta " e eu com isso?" ouvindo a senhora me dizer, que o filho era casado com uma mulher nada prendada e muito fogosa - Nelson Rodrigues teria um roteiro para isso, eu sei que teria - no fim das contas, me apeguei ao sentimento de compaixão - sim, eu tenho um coração- e senti um pouco de pena dela, era uma mulher sofrida, mas era feliz.
Mas ai é que está : um dos motivos que me levam a fazer análise, é não ter facilidade em me relacionar com as pessoas. Odeio o verbo"relacionar", quando em sentido de "ter tratado social com alguém". Julguem-me anti-social ou o que for, tenho meu bom motivo pra isso. Eis o motivo : Você conhece, você se relaciona, você se apega, você por algum motivo maldito, tem que desapegar. Simples assim. Prefiro então, não conhecer muitas pessoas, e me relacionar com o menor número possível, assim eu não tenho que perder dias e noites me "desapegando", já sou por natureza desapegada.
E foi narrando casos de fuga dos relacionamentos, que eu acabei numa conversa reveladora no consultório. Eu tenho bulimia nervosa, logo de brinde a tal anorexia e descobri o por que disso graças a coxinha da faculdade, e a falta de amor no coração. Comer é um ato de relacionar-se. Quando nós comemos, sentimos prazer, gostamos daquilo. Nos relacionamos com o que comemos - sim, você tem o tipo de um orgasmo quando come um super BK com muito cheddar - e eu, amava a coxinha da faculdade. Um dia, por sinal um dia após uma noite muito cheia do tal verbo aqui causador da discórdia, eu comi a adorada coxinha, e : RAUL! Lá se iniciou mais um ciclo triste, desse que você ouve mentalmente a canção "Love by grace" e se vê com dificuldade de fazer algo tão comum para todo o resto do mundo, comer.
Quando meu analista, após me ouvir narrar comicamente todas as minhas fugas de conversas e relacionamentos, me disse que ai estava um dos fatores da minha fuga a comida, eu fiquei chocada e pensei : genial!!! Era isso - além de outros poréns que só Freud e minha infância zombeteira explicam - pela primeira vez, simpatizei com o analista e quase senti vontade de abraçá-lo ! Quase, abraço é muito pessoal.
E por fim, eu ali contente de ouvir algo tão genial e admirando meu analista, pensando no quanto era bom tê-lo como MEU analista, ouço ele me dizer que na próxima análise iremos nos despedir, ele está de partida da clínica, e eu serei encaminhada a outro analista.
Odeio o verbo "relacionar", lembram?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tá calor, heim ?!


Sou o tipo certo de pessoa errada para se puxar assuntos aleatórios, tipo papo de academia - e oh! eu ainda estou frequentando a academia! - você está lá, naquele início de tortura, pedalando e observando a paisagem além da janela, e eis que um dos coleguinhas - que na verdade não é seu coleguinha porque você não fala com nenhuma daquelas pessoas - senta-se na bicicleta ao lado e exclama com aquele sorriso meia Lua :
- Tá um calor, heim!
Toda a paisagem lá fora, vira o naufrágio do Titanic, e você pode ver a Rose segurando a mão do Jack, naquela cena fatídica de algo literalmente afundando. "Tá um calor, heim" - Não querido, estou suando alguns litros como você pode ver, mas não é por calor não, é por ter atingido a menopausa aos 23 anos - É tipo estar no elevador, local feito para subir e descer andares, sem a obrigação de falar com quem frequenta o mesmo, e surgir sempre o mesmo assunto, o tempo. Tanto que hoje em dia, os elevadores mais modernos tem uma TV que fica o tempo todo mostrando a previsão do tempo, que é um convite a ficar calado e não comentar sobre o mesmo, e não é que ainda assim tem gente que te pergunta dentro de um , "será que hoje chove?".
Mas após o Titanic afundar, o Jack afundar, e a Rose ficar a ver navios - ou não ... - recuperei meu fôlego, tirei a imagem de mim mesma vestida sensualmente de mulher do tempo mostrando as possíveis zonas de precipitação, e respondi - Tá.
"Tá" xeque mate, finalizador de frase e tentativa de conversa. Enfim o silêncio, a música ruim da academia, e enfim sós, eu e minhas panturrilhas.
Mas o bom puxador de papo, não se deixa vencer por um único "tá", o local é cheio de armadilhas para puxar assunto:
- Tá se preparando para o verão? Se bem que você nem precisa né, tá em forma [...]
É ai que se esconde a arma do inimigo puxador de papo - o elogio.
Ele espera intimidar a vítima, assim ela ficará encabulada e ao mesmo tempo com o ego inflado demais para se esquivar da sua conversa Titanic, por uns segundos a vítima sorri como quem pensa "estou em forma" - mas não se pode deixar levar, é um papo que começou com "Tá um calor, heim?" , vai terminar como? E ai gata, vamos malhar essas pernas lá em casa, tu me da uma chave de coxa, e segue o plano de queimar calorias! - Não, eu heim!!!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ruídos da noite!

Minha casa está mudando de tamanho por conta do frio; mas espera, está um calor desumano! Mesmo durante a noite.
E do que é que eu estou falando Santa mãe de deus?
Estava eu aqui, confabulando comigo mesma sobre minha "nada mole vida" , numa daquelas conversas de MSN onde tudo começa com um "oi tudo bem" e logo a pessoa está questionando o fato de você nascer em 20 de abril e seu atualizador de horóscopo mostrar o signo de Touro - E alto lá! Você começou a falar com a pessoa agora, e ela já sabe quando você nasceu e qual seu signo, alto nível de stalkiação, ou maldição modernosa chamada "perfil" ? Enfim ... eis que vem a coisa.
Começa com o rotineiro barulho no telhado da lavandeira, você não dá importância porque você já é adulta, e não liga para um barulhinho no telhado.
-CAAAAABLAM!!!!
Agora você é uma adulta com olhos paralizados, corpo paralizado e mente trabalhando : tem o diabo de um ser lá fora, e agora está no andar de cima da sua casa, e derrubou algo. Todos os quartos ficam no andar de baixo e todos dormem, sendo assim, TEM O DIABO DE UM SER ESTRANHO LÁ EM CIMA!
É hora de você fazer a regressão diária, voltar a infância querida - ou não - e lembrar que o Beakman explicou que "ruídos da noite" nada mais são, que sua casa CRESCENDO OU DIMINUINDO por conta do calor que durante o dia aqueceu as moléculas, que se afastaram umas das outras aumentando a casa, e agora a noite, resfriaram e se aproximaram, diminuindo a casa - pense em mim pensando nisso quando criança - então tudo bem, é só a casa crescendo e diminuindo, NADA assustador.
Beakmam, faz uns bons anos que eu vi você explicar isso com toda a calma do mundo, mas no ápice da minha vida adulta, eu ainda não acredito nisso, e bem - VOU ME RECOLHER PORQUE O SER, AINDA ESTÁ LÁ FAZENDO BARULHOS FANTASMAGÓRICOS.
Boa noite, ou não.





segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Passo!


O negócio é que desde que eu me lembre de ser "gente", eu ouço que "é para o futuro”. Na pré-escola desenhei um Sol sorrindo e um pé de melancias, e ouvi a professora dizer "que lindo desenho, mostra que no futuro você será talentosa, mas melancias não nascem em árvores". Fui para o primário, chutei as partes quentes de um garoto até ele desmaiar e ouvi a diretora dizer para o meu pai “cuidado, pode ser sinal de um futuro complicado”, fui para o ginásio menstruei no dia da Educação Física e todos os coleguinhas viram e riram de mim, e ouvi desconsolada o consolo da professora “ você virou uma moça, e no futuro será uma mulher” , passei para o Ensino Médio tomei meu primeiro porre e ouvi o meu pai dizer ao pé da cama enquanto eu vomitava “nós temos parentes alcoólatras, o que você quer do seu futuro?”, me formei, fiquei anos na boa vida boêmia ouvindo “já pensou no que vai fazer do futuro?”, arrumei um pseudo-namoradinho praticante da desordem que repetia diversas vezes “eu sou o seu futuro” , desisti de ter um relacionamento sério exatamente por isso; decidi ir para um cursinho pré-vestibular, enrolar mais um pouco e passei a afirmar que estava “investindo no futuro”, passei no vestibular, entrei na faculdade, errei o curso, passei a beber mais ainda, ainda desenho o Sol sorridente e árvores de melancia, mentalmente eu chuto partes quentes de homens, resolvi que a ciência não me faria menstruar nunca mais - assim não preciso saber quando devo ser mulher – continuo comparando pessoas e miojos, e preferindo os tomates, e não , eu ainda não descobri que diabos o futuro tem com isso, e onde é que fica esse estágio da vida.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Mini Flashback de época;


De repente, você está no shopping com a família, pela 23° vez da sua vida, vendo árvores de Natal, luzes coloridas e ouvindo aquele dingou natalino que em 23 anos continua repetitivo e em excesso provoca alucinações. É ai que sua mente entra no clima do Natal, e você olha para os lados e se depara com milhares de pessoas pobres gastando o 13° com coisas inúteis para dizer que fazem parte da festa. Você nem precisa ter Síndrome do Pânico para sentir todos os sintomas da mesma, no momento em que começar esse processo cerebral, chamado "Compras de Natal".
O dingou toca, o Papai Noel - agora moderno, mecanizado que sobe e desce escadas, desce de balões, pula de para quedas e logo menos aparece numa rave- abraça criancinhas, as pessoas sorriem, tiram fotografias e se exibem com suas dezenas de sacolas de lojas pseudo-grifes.
Em alguns minutos o quadro muda, o Papai Noel estará sendo atacado por milhares de crianças que na verdade são serezinhos nojentos praticantes de pulsões e fases sexuais das quais você conhece porque leu Freud. E esse também é o momento que você vê os adultos, e entende o porque as crianças um dia precisam de tais atos repulsivos, é tudo um treino.
O dingou parece mais intenso agora, e é o momento em que sua família está demorando no balcão de pagamentos de uma dessas lojas pseudo-grifes, e você está impaciente do lado de fora, sentado num banco e observando o que era um shopping, virar o inferno. É o momento de reparar - reparar na tia com a blusa tamanho P e os seios tamanho extra-GG, na garota de 13 anos com estilo de avassaladora do funk para ser mulher antes da hora, no garoto emo, na família grande que levou todas as 366632239 crianças para passear no fast food, na moça usando um salto plataforma estilo "o homem pisou na Lua", no casal jovem de pouca beleza mas muito amor, e no casal com bebê onde por infelicidade a bebê puxou o pai - eis o conflito mental, que você retrocede seus 23 anos e pensa : o que diabos eu fiz da minha vida?
Cinco elencos de apoios, uma dúzia de figurações, um game em programa de domingo, uma apresentação de pirofagia ao vivo numa TV aberta, onde você entendeu a importância de um bombeiro, um evento infantil onde você descobriu que moldar balões é mesmo uma arte, uma promoção de colchões vestida de Bob Esponja onde vocÊ aprendeu a valorizar os caras fantasiados de Mickey distribuindo balas em dia das crianças, as dezenas de noites infelizes dançando em balada eletrônica e trabalhando no bar, onde você descobriu que era alcólatra, o atendimento call center de uma empresa aérea, onde você descobriu que aviões caem mesmo, e que viajar em terra firme é sempre mais seguro, desfiles onde você descobriu que repetir para si mesmo "eu não vou tropeçar" pode falhar, apresentações de comédia, onde você aprendeu que quem deve rir é a plateia, que em vestibulares, quem mete o louco sempre vence e isso vai valer na faculdade, e o mais importante: vodka, soda e suco podem causar coma alcoólico e vomito na frente do cara que você sempre sonhou chegar perto, e desde esse minuto, sonha em nunca mais ver.
E foi isso que eu fiz em minha vida ...
Ai o dingo volta a tocar, você volta para o shopping e decide que se jogar do terceiro andar na fonte das carpas, ainda não é uma boa ideia, afinal você nem teve status de relacionamento no Facebook, nunca pegou um diploma, não teve os seios tamanho extra-GG numa mini-blusa PP e não, você ainda não aprendeu que deve encenar comédia sem rir antes de terminar o tempo da piada.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Vai ser o queijo, o corredor, ou a platéia?


Que eu vivo em um constante looping de humores, acho que todos que convivem comigo, incluindo o gerente da farmácia que frequento semanalmente, sabem. O que eles não sabem, é que eu tenho dentro de mim uma enorme cisma, da qual sempre fujo: Tentar.
Eu não tento nada, tentar já me lembra fracasso, como se eu estivesse em uma grande corrida de queijos em uma ladeira - correr, ver o queijo rolar, e tropeçar nele pra rolarmos juntos e no fim, o queijo sair vencedor.
Não tento, ou consigo ou nem me dou ao trabalho. Ai vem a filosofia que "se não tentar nunca saberá se é capaz" ; mentira. De fato você sabe muito bem quando é ou não capaz, a variação ai vai do "querer" e do "possível". Se o queijo fosse gorgonzola por exemplo, eu não imaginaria corrida alguma, porque não iria me interessar pelo prêmio.
A questão é minha cisma, e eu cismo com muitas coisas mesmo quando não demonstro. E se eu disser "eu VOU", nem que seja a coisa mais absurdamente improvável, eu vou. E mais do que ir, vou querer ir com êxito total - tipo a corrida de queijos, e eu chegando na faixa com o queijo nas mãos.
Queijo inteiramente meu, com diversas marcas de outros competidores, ou um pseudo-queijo, aquele que um dia foi inteiro e hoje já é quase queijo ralado?
As pessoas precisam parar com esse ato depressivo de serem queijos rolando numa grande corrida de ladeira, levando diversas pegadas durante o percurso, pra no fim, se esborracharem numa pedra qualquer, e sobrarem apenas migalhas ...
... enquanto isso, eu prefiro não correr.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ao menos, não sinto.


Existe algo de errado nisso de sentir-se bem, longe do que se julga ser felicidade. É ver que enquanto todos correm em direção daquilo que desejam, você corre na direção oposta.
Até que sentir falta é bom, é sinal da necessidade, logo, da certeza.
Mas existe algo muito errado nisso de alimentar-se da saudade. É ver que enquanto os outros abraçam tudo aquilo que encontraram no caminho do desejo, você abraça apenas a si mesmo, peguntando ainda, se é o "eu" ou outro alguém qualquer.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!"
Charlie Chaplin;


Lindo, mas quero aprender como poe em prática.

sábado, 26 de novembro de 2011

Acelerou ?

Mais uma vez eu parto, de coração partido e mente cheia de planos. O peito pode estar doendo como sinal de que Novembro nunca me é generoso, mas os planos mais uma vez estão caminhando, rumo ao escuro que com uma boa mira, vai acertar o alvo! Nunca gostei da palavra "mudança", mas ela me sorriu uma vez, a exatamente um ano, e sinto com os batimentos acelerados, que vem sorrir mais uma vez.
Quem precisa de pessoas? O significado da vida vai bem além de relações interpessoais, e eu sei disso melhor do que ninguém. Dois anos cobrando de mim e apenas de mim, que eu me dê o melhor. Interferências a parte, o coração é um órgão burro, pseudo culpado por nos desviar a atenção do que realmente importa. E o meu tem calendário, funciona meticulosamente nas mesmas datas, apenas substituindo o foco. Focos desfocados, que não me dizem nada no fim das contas, e apenas deixam aqui, uma marca de que talvez, outro alguém como eu, não exista. E se existir ... hum, aja Novembro até eu sentir o peito bater e dizer : a vida te surpreendeu.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Flagelo-me


Espasmo explícito num corpo implicitamente culposo
na boca o gosto amargo das junções, futuro, presente e passado;
Passado negado
Presente contido
Futuro arrependimento.
Náusea que cobra do corpo a dor da alma
mente que te mente, te cala, te deixa não sentir.
Sentido que permanece ausente perante uma verdade que escapa aos princípios.
Nem sempre os olhos vêem o que é real
nem sempre o real é essencial.
Essencial é que os pensamentos fiquem mudos, que o projetor cerebral não rode outra vez a mesma fita e que as vozes não repitam o mesmo discurso.
Cuspo por não me caber digerir o que não me fortalece.
Esvazio-me.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Novembro, pode ser daqui dez anos, será novembro.

Engraçado que, conforme o ano vai terminando, vão se acabando junto com os dias, algumas ideias e planos. Me lembro bem da agonia que senti a um ano atrás, quando pensei que pudesse ter me jogado num grande abismo sem saber onde ele iria acabar, se iria acabar e o pior, se estaria ou não fugindo do real caminho que deveria escolher.
Comecei esse ano contente por ao menos uma vez, tem conseguido conquistar algo por mim mesma, sem questionar ninguém sobre estar ou não caminhando corretamente, e bem, mesmo sem qualquer pergunta eu já ouvia muitas respostas. Respostas essas que condiziam com meus fatos e expectativas, de estar fazendo algo pelo qual busquei. Não me lembro de começar de forma divertida, já que no dia em que recebi minha melhor notícia até então, na vida, recebi também a pior delas, e pela primeira vez tive de pensar de duas maneiras diferentes ao mesmo tempo, para então carregar dois fardos diferentes sem deixar nada cair. Pensei a cada vez que ouvi o despertador antes do Sol raiar, que eu iria mandar tudo pro espaço, pegar uma mochila e desaparecer. Mas meu egoísmo nunca foi forte o bastante pra tanto, e acho que nem deveria ser, já que quem me cerca, nunca me foi egoísta. É você estar acostumado e ser cuidado, e de repente ter de cuidar, e se sentir perdido, mas mesmo assim, mais forte. Forte por carregar minha vida numa mochila pesada todos os dias, com sono e cansada, forte por encarar pessoas que eu nunca vi antes, forte por ter que me posicionar perante todas essas pessoas, e forte para me manter longe delas, por medo de perdê-las, já que eu nem ao menos sabia o porquê ainda as via. Foi ai que comecei a me questionar sobre estar no caminho certo ou não, sobre ter escolhido o curso certo ou não (não). Frustrei-me, e aprendi a gostar aos poucos, de tudo aquilo, afinal aquilo me mantinha de pé sem eu nem sequer notar. Não existem cursos certos, carreiras certas, existem escolhas, e nós não podemos nos culpar quando nos pedem para escolher UMA delas para TODA uma vida. Isso é muito pouco para uma vida. E ao menos pra minha vida, considero impossível não cometer erros até chegar a uma escolha, ou porque não, mais de uma. Foi então que percebi que o que eu realmente gosto de fazer, e sempre gostei, por mais que eu fuja e negue, não depende de uma renúncia para ser alcançado. Eu posso dar continuidade no que já comecei a trilhar, já que batalhei por isso, e acho válido todo conhecimento, nem que seja para fins pessoais, e também posso fazer o que gosto. Pode parecer pesado agora, mas poxa vida, pra quem há um ano chorava no corredor do Cursinho, se sentido para variar sozinha, e pequena diante de alguns livros, acho que subir mais um degrau, não vai me derrubar da escada.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

#NP: Lenha

Eu não sei dizer
O que quer dizer
O que vou dizer
Eu amo você
Mas não sei o que
Isso quer dizer
Eu não sei por que
Eu teimo em dizer
Que amo você
Se eu não sei dizer
O que quer dizer
O que vou dizer
Se eu digo pare
Você não repare
No que possa parecer
Se eu digo siga
O que quer que eu diga
Você não vai entender
Mas se eu digo venha
Você traz a lenha
Pro meu fogo acender

*-*

domingo, 6 de novembro de 2011

Ai se sêsse


Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém se acontecesse de São Pedro não abrisse a porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvés que nois dois ficasse
Tarvés que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse

sábado, 5 de novembro de 2011

Falta fôlego nesse mar de gente;


A verdade é que as pessoas vão te perguntar se esta tudo bem, e você vai sorrir dizendo que sim, quando na verdade não esta nada bem. Você também vai ouvir várias vezes, que não procura solucionar problemas dos quais já tem consciência. Vai ouvir o quanto comete erros, e o quanto repete a dose de cada um deles. Vai ouvir que precisa parar, que isso não te faz bem, e que é você quem busca tudo isso, e não busca o que realmente gostaria de alcançar. Alcance? Esticar os braços, ficar na ponta dos pés, e saber que pode, sentindo ao mesmo tempo que não sabe bem se quer, quando tudo o que você quer, é aquilo. Confuso? Confuso é ver tantos exemplos, ouvir tantas opiniões e receber tantos conselhos, de pessoas que parecem precisar deles mais do que você, que no fundo sabe que apenas esta dando tempo, ao seu tempo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Modesty


- É também esta a nossa vergonha eterna!... (baixo) Saber que temos um
corpo nu debaixo da roupa... Mas seco, felizmente, magro... E o corpo tão seco e
tão magro que não sei como há nele sangue, como há nele vida... (gritando) Que
vens fazer nesta casa sem homens, nesta casa sem quartos, só de salas, nesta
casa de viúvas? (exultante) Procura por toda parte, procura debaixo das coisas,
procura, anda, e não encontrarás uma fronha com iniciais, um lençol, um jarro!


[ D. Flávia, Dorotéia - Nelson Rodrigues]

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Confused;

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Coquetel tão entorpecedor quando os diversos comprimidos misturados a uma dose de vodka barata.
Passos para esquecer os passos incertos, dados numa estrada longa e aparentemente sem fim, nem começo.
O que é sonho e o que é lembrança?
A agonia é sempre a única certeza
Compulsivamente vem a busca da cura, qualquer coisa que cesse aquilo que não se sabe o que é, de onde vem e o porque se faz sentir.
Não é o gosto pela dor, é dor pela cura do que já dói e não se vê.
Eu sangro minha dor.
Vômito minha dor.
Choro rios de lágrimas, e lá está ela, sem me dizer o que quer, e quando vai embora.
Aqui já não cabe fechar os olhos, e sonhar.
Nos sonhos a dor vem, ela se mostra
mais um despertar antecipado, na angústia da incerteza;
Sonho ou lembraça?

Eu sou, o meu Sol;

E talvez eu tivesse mesmo que vir ao mundo um dia antes do previsto, com pouca paciência para outros que não fosse eu mesma, talvez eu tivesse mesmo que passar minha infância como passei, talvez as sombras e pensamentos solitários estivessem apenas me tornando alguém um pouco mais forte, mesmo quando parecesse fraca. Talvez eu tivesse que ser zombada todas as vezes que dizia que meus pais viajavam sem rumo, que meu berço muitas vezes foi uma caixa de baixo de um céu estrelado de uma praia qualquer, talvez ninguém deveras de fato, acreditar em meia palavra do que eu dizia ser minha vida. Eu conhecia o amor e a arte, antes mesmo de saber o que seria de mim. Talvez eu devesse mesmo me chamar assim, tão estranha quanto eu, porque mais tarde eu iria entender que o estranho não passava de verdadeiro, e eu, eu iria amar tudo o que fosse de mais estranho e comum a mim mesma. Diversas vezes ouvi minha mãe me contar, que o meu nome era muito bonito, porque ele vinha de um momento muito bonito, que ela havia escutado ele em uma canção e que eu estava junto dela, nela, aprovando que ele fosse meu. Ela dizia que eu havia escolhido meu nome.




Terumi quando o dia amanhece
levanta e semeia o arroz e o
arroz é banco porquê Terumi semeia
com delicadas mãos de japonesa

O pai de Terumi é um velho japonês
que sabe o que faz com o chão
camisa de saco, bota e chapelão
e lá vai ele pela plantação

Terumi não possui na família
nem principe nem um samurai
para ela o jão é a mãe e o pai
no chão paulista onde ela semeia

Quem casar com Terumi
vai ter sorte na vida
Terumi é uma gueixa caipira
e depois Terumi quer dizer simplismente
Terumi quer dizer sol nascente



Obrigada Renato Teixeira, agora eu sei que é verdade :)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

E a mente, turva;


São apenas palpitações de um peito que não pulsa, ou meus pulsos já não palpitam como antes? Tenho pra mim que meu cérebro coagulou uma ideia qualquer, para me impedir de olhar o mundo com olhos mais plenos. E no peito, encubei não uma ideia, mas um amargo que me sobe a garganta, até que eu possa cuspir ao invés de envenenar-me mais uma vez.

domingo, 30 de outubro de 2011

Ideias prematuras;

Essa sou eu, antecipando minha vida, e esquecendo sempre de vivê-la. Acho que o fato de terem me tirado a força do ventre da minha mãe, um dia antes do que seria previsto para eu sair sozinha, influenciou toda a minha antecipação de vida. Desde sempre me senti forçada por algo invisível e arrebatador, a saber, o que iria me acontecer, prevendo e imaginando o que talvez nunca acontecesse. Sempre achei que iria me atrasar para compromissos que ainda não havia marcado, sempre achei que ia perder um jogo que não havia jogado, sempre achei que iam me esquecer, mesmo que ainda não me conhecessem. Passei uma vida imaginando coisas que não tinham o menor cabimento, desconfiando de tudo e de todos, por conta de imaginar demais. O que para todos é uma conversa de amigos, pra mim são beijos loucamente apaixonados. Não preciso de fatos para crer em consequências, eu crio as consequências muito antes de qualquer fato ser evidente. Dizem que não se deve olhar para além da curva da estrada, porque o que há além da curva, só importa para quem já está além dela ... e eu, que vejo além da curva da estrada, quando a estrada segue reta ?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Insônia;

De repente o silêncio me fez sentir medo, ouço os ponteiros do meu relógio como se eles estivessem cronometrando meu tempo de vida, e sinto que a cada vez que inspiro, o ponteiro gira mais rápido, como que ameaçando parar a qualquer momento;
Ansiedade[...]:sensação de mal estar, estresse, angústia, insegurança.
Pauso e me pego com a terceira opção desencadeando as outras duas;
[...]forma de apreensão difusa, despertada por uma ameça real ou apenas percebida a um valor que o indivíduo tem como essencial (perda de algo, alguém ... perda de liberdade, de êxito).
Com 5 anos, me lembro de entrar num consultório médico (coisa que eu já estava bem habituada) e ouvir ele dizer para minha mãe, que minhas dores que sempre se manifestavam antes das aulas da pré-escola, eram causadas pela "ansiedade", que em mim, havia passado de natural para patológica.
Pouco entendi disso tudo, mas hoje me fizeram entender. Me lembro de chorar todas as vezes que no portão da escola onde a professora dizia "diga adeus a mamãe". Adeus para mim, é para sempre. E óbviamente eu não queria deixar minha mãe para sempre. Sofria todos os dias antes da aula, porque sabia que iam me mandar dizer adeus, e eu esperava que em algum momento, aquele adeus de fato se daria.
Era só uma palavra mal colocada pela pobre professora, e me custou anos de angústia.



Uma palavra mal colocada, pode sempre me causar anos de angústia.

Une saison en enfer

[...]Elle est retrouvée!
Quoi? L'éternité.
C'est la mer mêlée
Au soleil.


Mon ême éternelle,
Observe ton voeu
Malgré la nuit seule
Et le jour em feu.


Donc tu te dégages
Deshumain suffrages,
Des communs élans!
Tu voles selon...


-Jamais l'espérance.
Pas d'orietur.
Science et patience,
Le supplice est sûr.


Plus de lendemain,
Braises de satin,
Voltre ardeur
Est le devoir.


Elle est retrouvée!
-Quoi?- l'Éternité.
C'est la mer mêlée

Au soleil.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Chá de cogumelos sem cogumelos;

Síndrome de Alice = Síndrome de Todd; Síndrome no qual a pessoa tem distorções visuas, e enxerga as coisas maiores ou menores do que na verdade são. A pessoa perde noção de tempo, espaço e imagem corporal. Geralmente está associada a tumores cerebrais, uso de drogas psicoativas, e principalmente enxaquecas. Macropsia, micropsia, sensação de encolhimento e crescimento, distorção da percepção das formas, afetação auditiva, afetacão tátil, alucinação, alteração perspectiva e dissociação. Se você já tomou LSD ou benflogin, já teve uma amóstra grátis da Todd, agora imagine alguém sob efeito de "LSD" constantemente sem ter tomado LSD. E há quem me resuma numa bipolaridade.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Fuck what you're doing now.

Antes poucos amigos, porém todos reais e fixamente posicionados em uma vida de fato fluente; Tocar o telefone, sair para encontrar com ou sem destino, mesmo que só uma conversa em frente o portão de casa até altas horas. Rir junto, rir do outro, com o outro e quando chorar, chorar com alguém que pudesse te abraçar quando não coubessem palavras.
Onde está tudo isso, que parecia tão simples por ser gratuito?
Substituído por 3 mil reais e uma conta mensal de 150 reais de Speddy.
Muitos "amigos", porém todos em uma janela de um site qualquer de relacionamentos, em uma vida falsa, onde você e eles escrevem coisas inúteis, e na maioria das vezes fantasiosas. Amores platônicos, amigos platônicos, ciúmes de quem você, vê raramente, quando marca pela rede social. Palavras de amor, promessas ... todas trocadas em um conjunto de janelas do messenger, onde você tem mais outras janelas abertas, e muito provavelmente, esteja blefando em todas elas ... afinal você não é de fato, não diz olhando nos olhos, as vezes nem diz, só põe os dedos para teclar simultâneamente de forma automática. Você compartilha sua vida com estranhos achando normal, são suas alegrias, suas dores, suas frustrações ... perdeu o controle de dizer apenas " o que está fazendo agora" e passou a criar um divã em teclas. Mas pior do que isso, é que você lê o divã alheio, está ali ... os problemas deles, as alegrias, frustrações ... as conversas desnecessárias que destroem as suas conversas desnecessárias e seus sonhos platônicos de pessoas que você poucas vezes viu na vida e ACHA que conhece bem. Conhecer é conviver, compreender é poder ouvir, e entender ... é ter oportunidade de fazer parte.
E sabe o que acontece se você se magoar? Vai chorar sozinho, crendo estar acompanhado por uma janela ... que muitas vezes, não vai abrir.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Remember 2010

Foi uma quarta-feira com cara de passado bom, decidir as coisas de última hora, contar com aqueles amigos lindos, e correr; correr para pegar pagar contas no 5° dia útil do mês, correr pra não deixar a amiga esperando, correr pra chegar na zona Leste, correr até o metro USP-Leste, correr para não deixar outro amigo esperando ... sossegar! Sentar num boteco de esquina com a Brigadeiro e a Paraíso, tomar aquela cerveja gelada vendo jogo de futebol que pouco fazia diferença; Sentar num ponto de ônibus e sofrer troll de turistas perdidos, ir para o cinema, comprar aquele saco extreme de pipoca com manteiga, um refri enorme e assistir Transformers 3, que sabe-se lá o porque, sempre te faz chorar ... sua amiga olha para o relógio e são 23:30 , o filme não acabou , mas o metro vai fechar em 30 minutos ... correr até a estação Brigadeiro, perceber que de dez entradas para o metro na Av. Paulista, só a última está aberta, pegar o metro, contar os minutos nele e ouvir "paragadá" para alegrar e pensar que vai chegar na Luz a tempo; chegar e ouvir "último trem com sentido estação jundíai irá partir da plataforma 4" em 3...2...1... entrar no trem com as portas fechando!!!! Chegar na sua cidade e perceber que só um táxi está correndo, e vc vai ficar no ponto sozinha com estranhos de madrugada esperando. Chegar em casa e sorrir, mesmo sem saber o final do filme. Dormir vendo Death Note.
Acordar no almoço quinta-feira ... ter um dia de renascimento, relaxar e modificar a vida, depois ficar na internet, ler aquela coisa que te magoa, excluir pessoas que até ontem, vc gostava de ver ali, em uma janelinha fria e ridiculamente distante, mas que hoje em dia representa as pessoas que fazem parte da sua vida ... de forma mecânica, virtual. Sair para pensar... ouvir Incubus, tomar um banho, rir do que a poucos minutos te fez sentir-se mal, conversar com o melhor amigo via web cam, rir muito e ouvir dele, tudo o que vc precisava ouvir. Arrumar a mala, pq amanhã, sexta-feira, é dia de vc reencontrar alguém que encontrou pela primeira vez a um ano exato. Lembrar que foi tudo exatamente igual, você correu, extrapolou, foi inconsequente, sentiu adrenalina, sofreu por algo que talvez fosse invenção da sua mente, encontrou com uma pessoa pela primeira vez, e passou 4 dias que foram o suficiente para que o mundo mudasse de cor. E está tudo acontecendo outra vez, talvez os sentimentos não sejam intensamente idênticos comparados a um ano atrás, mas se assemelham na ambiguidade.
Engraçado isso ... um ano se passou, eu esqueci algo que me parecia impossível ser esquecido algum dia, e hoje me vejo numa situação parecida, fazendo coisas parecidas, e com aquela mesma sensação: eu deveria saber ...

sábado, 2 de julho de 2011

Exija o que pode ser exigido de ti;

Quando você desconfia de todos por motivos aparentemente inexistentes, é sinal de que você esta com medo de seus próprios erros ... esta errado e acha que todos são iguais; Venho costurando um casulo, estou dentro crendo estar fora, estou presa crendo estar livre , estou deixando fios soltos crendo na perfeição da tecelagem. Falho- É tudo em vão, na verdade meu casulo é transparente o bastante para deixar visível o quanto desejo me proteger dos meus erros refletidos em outros.
É um orgulho em se achar protegido, e é um ódio em ver proteção.
Porque eu gostaria de desmoronar seu eu, sendo que o meu não é tão diferente assim?
Você só sabe realmente que alguém esta sendo omisso, quando também esta omitindo, coisas boas se reconhecem tanto quanto coisas más, os opostos só se atraem na teoria .

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ligações desligadas.

É tudo separado, se fossem palavras, seriam sílabas; Existe um abismo entre o leito e o firmamento, não existe fixação.
São por momentos de paz de estabilidade que movo todo meu mundo, deixo de materializar os sonhos fáceis e passo e arrastar em trilhos, toda uma vida.
Minha casa é zípada, contém cinco compartimentos, e me faz sentir dores durante a noite.
Minha vida é tão metamórfica quanto a de uma lagarta ... mas ao menos ela está ali parada e sente-se em casa de fato, eu me movo, busco, e não encontro onde pensar "aqui estou no meu lugar", lar é onde se sonha, eu sonho em movimentos sobre trilhos aos fins de semana, e meu despertador é uma gravação onde se diz "estação terminal..."

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Dois... de um que seria pouco

Cria-se uma condição de confusão mental, quando se cresce consciente de que se tem maior probabilidade em confundir. Já seria muito, mas como desgraça pouca é bobagem, tudo pode piorar com a propensão a sofrer por ficar entre duas coisas, duas cores, duas questões, duas pessoas, é um problema multiplicado por dois, dividido, e caso o acaso não colabore, subtraído.
Acaso eu não saiba conduzir minha bipolaridade de escolhas, escolha me conduzir.

sábado, 4 de junho de 2011

Uma caixa vazia, pérolas falsas, uma flor de plástico, livros e papéis que logo, irão ser inúteis;
tudo estará guardado, mas não em palavras escritas.
Uma forma de amenizar a mente, um escape; o telefone já não toca mais.
O mundo mudou de dentro pra fora, ou de fora pra dentro passou a ser diferente?
Talvez ele não tenha mudado pelo fato de nunca ter sido, o que pareceu ser.
Mas até ai, a dimensão era real, e talvez, ela faça falta.
Me faz falta fazer somas, lamento subtrair e algumas divisões também me incomodam ... algumas divisões deixam sobras.
Alguma sobra pode ser você, ou restar em você.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Déjà Vu

Tive um sonho estranho hoje, um sonho que me despertou para uma realidade, que talvez, eu não gostasse de despertar, ou mesmo, eu me negue a isso, mas mesmo assim, sinto que é igual a nada, e pouco importa. Estou ouvindo uma música agora que além de descrever bem isso, possuí uma letra que eu realmente admiro.




Nenhuma verdade me machuca
Nenhum motivo me corrói
Até se eu ficar
Só na vontade, já não dói
Nenhuma doutrina me convence
Nenhuma resposta me satisfaz
Nem mesmo o tédio me surpreende mais

Mas eu sinto que eu tô viva
A cada banho de chuva
Que chega molhando o meu corpo

Nenhum sofrimento me comove
Nenhum programa me distrai
Eu ouvi promessas e isso não me atrai

E não há razão que me governe
Nenhuma lei pra me guiar
Eu tô exatamente aonde eu queria estar

Mas eu sinto que eu tô viva
A cada banho de chuva
Que chega molhando o meu corpo

A minha alma nem me lembro mais
Em que esquina se perdeu
Ou em que mundo se enfiou

Mas já faz algum tempo
Já faz algum tempo
Já faz algum tempo
Faz algum tempo

A minha alma nem me lembro mais
Em que esquina se perdeu
Ou em que mundo se enfiou

Mas eu não tenho pressa
Já não tenho pressa
Eu não tenho pressa
Não tenho pressa...

domingo, 22 de maio de 2011

Morte;

Nada me assusta tanto quanto essa palavra de cinco letras ... nada.
Você sabe que existe, sabe como passou a existir, mas não sabe para onde vai depois que cumprir seus dias por aqui.
É um sentimento de partir, de nunca mais, de escuridão.
É normal temer o desconhecido.
A morte sempre me fez sentir algo profundamente terrível, desde a morte de uma formiga, até a morte de um familiar, para mim, todas elas sempre foram iguais, aquilo representava o nunca mais, a partida para o desconhecido, ou o simples "deixar de existir"; absurdo! deixar de existir ... não haveria sentido.
Fazia tempo que eu não sentia o gosto amargo de uma lágrima por cinco letras...
fazia tempo que eu não sentia o cheiro da morte.
Hoje eu senti, mais um vez me lembrando que tudo isso, um dia acaba.
A noite que me parecia só mais uma noite de sábado, terminou com a péssima chegada em casa pela manhã, e aquele sentimento ao entrar pela porta de "está tudo bem por aqui?"-parecia que sim, mas estranhei a porta entreaberta, e a falta de uma das gatas nela miando como quem diz "bom dia!"; bom, elas podiam estar se espreguiçando por ai.
Esquentei minha pizza, abri uma coca, e fui deixar a bolsa no quarto. Não precisei passar da porta para perceber que não, não estava tudo bem. Aquele cheiro estava lá ... o medo em cinco letras, devia estar lá junto do medo de acender a luz e descobrir de onde vinha; mas melhor não prolongar, acendi e vi o sangue, a sujeira de quem sentiu muita dor, e as patinhas de alguém que me infernizava e acompanhava a alguns anos ... minha gata estava ali, ao lado da cama, como quem foi pedir socorro mais um vez, já que na primeira , eu socorri a tempo .. desta vez, eu não estava em casa, não estava ali, e não cheguei a tempo, lamento tanto por isso! E lamento mais ainda por quem fez isso pela segunda vez com ela, porque por mais que tenha conseguido mata-la, conseguiu também uma bela dívida; não comigo, mas com a justiça da vida. Sabe, eu sei quem foi, porque não é a primeira vez, e dou só um aviso: um dia você vai acordar, e não haver UM único passarinho nessas suas malditas gaiolas, farei um favor a eles, me vingado de você, além de te desejar TUDO de melhor nessa vida, inclusive, que você possa receber em triplo tudo aquilo que deseja para mim e minha família, e minha família inclui meus animais.

Lamento pela Nala, eu gostava muito dela e não queria que ela partisse assim, sabendo que eu não a ajudei :/ .. e espero conseguir salvar a Helena ... infelizmente quem faz 3 vezes, faz 4,5,6......

Domingo cinzento pra mim :,(

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Poemas Inconjuntos

Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei e nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.








Alberto Caeiro

terça-feira, 17 de maio de 2011

Ausência;

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos porto silenciosos.
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas;
serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.








Vinicius de Moraes.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

e o futuro é agora ...

Muitas vezes nós acreditamos estar amando alguém
assim como muitas vezes acreditamos estar felizes com alguma situação,
quando na verdade estamos apenas acostumados.
O costume mal acostuma, condiciona e vicia.
O vício mecânicamente mantém as coisas em uma rota inérte;
e você crê que a vida caminha, quando ela apenas se mantém.
Manter não é viver, mudar é um dilema.
A mudança é a única saída para se deixar de acreditar, e passar a ter certeza.
O problema é que mudar dói, deixar de acreditar é díficil e perder o costume parece impossível;
São manias, rotinas, divãs, pessoas ... as pessoas, desacostumar-se delas é uma tortura.
Não deve ser a toa que uma borboleta se mantenha tanto tempo em um casulo para então chegar a possível perfeição; E ali, sozinha é que ela amadurece.
E bem, se você se afastou de alguém, e esse alguém não lhe procurou, é porque você está de fato no caminho certo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Borboletas;

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de
se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar
não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!


[ Mário Quintana ]

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Arquivado.

Faz um segundo e fez um ano, faz frio.
Era um corpo na alma do outro ... era uma ideia de alma no corpo errado, corpos não sustentam ideias, a alma se encarrega disso.
Convém lembrar, que expectativa demais gera surpresas de menos ...
Mas também cabe lembrar que tudo deve sempre ter o momento certo. Ou não?
Cansa pensar qual é o momento certo, quando pode, quando deve falar, quando deve agir ... e se você pensa demais, alguém vai e faz tudo o que você, pensou demais para fazer; Ah ...mas se você faz, e não era a hora ainda, você se precipita, fica vulnerável e cria um problema.
Tenho problemas e tenho soluções, não tenho certezas; essas dizem que se escondem dos sábios, afinal quem garante que a certeza é certa?
Certo ou errado, tenho certeza que existem duas formas de começar as coisas ... uma delas é começar com a água fria, até que ela ferva, e a outra é começar com ela fervendo e depois lamentar e sofrer até que evapore, ou esfrie novamente.
De uma forma ou outra, ela não desaparece, apenas muda de forma.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

05:00

Rompimento do elo dos mundos, existem dois, em um ela esta de fato, no outro ela esta em sonho.
Sonho que para ela muitas vezes é real; e quem diz e prova que não ?
Existe ai um lamento, em um mundo ela pode cortar a dor com um suspiro, ou apenas abrir seus olhos e respirar ofegante por uns instântes até que passe.
Acordar porque?
O tempo urge e o som daquele que distância seus mundos torna-se cada vez mais insuportável até que ela, acorda.
E agora?
As vestes de praxe, o café que desperta e o sonho que diferente do anterior, move.
Neste mundo, a dor não se cessa com um piscar de ollhos, os lamentos não se transformam em canções descompassadas e as pessoas não somem e surgem do vento.
Entre uma parada e outra, um cochilo.
Parace inevitável manter-se acordada, e parece incrivel notar o quanto se perde conforme desperta e caminha sem atenção.
Não insista, ela não acorda. Sonha em vida, vive em sonhos.

sábado, 23 de abril de 2011

Provavelmente certo, ou não;

E se eu jogasse os dados para calcular, as minhas reais chances de fazer com que essa história termine com o final feliz que eu desejo ter?

Qual seria minha probabilidade ... uma ou nenhuma, entre tantas.

Chega a ser egoísmo pensar que só a vidraça do seu peito quebrou, quando é possível ver estilhaços de diversas cores no chão.Qual a probabilidade de todas essas vidraças terem sido atingidas pela mesma pedra?

Uma ou nenhuma entre tantas...

Não sei se me acertou com mais força, se me importei mais com os estilhaços, se vou demorar mais para reconstruir ... mas sei que depois de quebrado, não será mais possível recuperá-lo sem que nele hajam marcas.

Qual a probabilidade dessas marcas serem esquecidas ... uma ou nenhuma, entre tantas.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Acenda a luz;

Me dê uma dose de qualquer coisa quente, capaz de aquecer as poucas notas que ainda restam em minhas cordas vocais;
Um pouco da mesma fumaça rotineira que me provoca risos momentâneos, e alguns chocolates que me lembrem algo doce em uma vida.
Pra agora, por favor.
Tenho pressa, preciso ir em busca de algo muito importante ainda hoje, e sinto que faz frio lá fora, a ponto de congelar meus batimentos cardíacos instantâneamente. Entre os tragos e os sorrisos de cera, eu me despedaço em partes pequenas, eu me uno e me separo do que sinto, a cada instante.
Onde procurar?
Minha alma, ela me deixou ... e deixou um vazio, a perda.
Onde está a coerência? Vejo apenas rascunhos de uma má formação de pensamentos sujos. Ela partiu e me deixou sem explicações, e eu nem ao menos sei o que é a alma.
Talvez mais uma dose resolva.
Mais um trago.
Mais um doce.
Me desce amargo, me soa triste, me envolve em prantos.
Trace mais um plano, preciso encontra-la essa noite, pois já não suporto viver no vazio...
Perdi meu sorriso junto com ela, foi também a minha razão.
O coração fica, mas ele por si só, só faz piorar.
"sorte no jogo, azar no amor"
está escrito no balcão onde servem doses de álcool.
Mas, e pra quem sempre levou o amor como um jogo...
seria então, sorte ou azar?
Já que um, é o oposto do outro...
Não importa, não posso compreender nada enquanto sem alma for.
Eu me encontro na próxima encruzilhada,
estou a poucos metros de poder ver, o que existe em mim.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Twenty-three years;

Algumas pessoas acreditam, que os primeiros minutos que marcam a passagem de um ciclo de velho para novo, são importantes porque, o que você faz nesses primeiros minutos, irão influenciar nos muitos minutos que ele terá até se renovar outra vez. Nem todo ciclo é bom, nem toda passagem de ciclo é feliz ... mas tentar deixa-la feliz deve ajudar, então, hoje decidir sorrir e visualizar as coisas, como eu gostaria que elas fossem, sem esquecer de ser grata por elas serem, do jeito que são; afinal, felicidade não é uma estabilidade, mas sim, uma sequência de momentos.
Envelhecer significa aperfeiçoar, amadurecer, enxergar as coisas cada vez mais, como elas são; Esqueçamos aqui, que envelhecer significa que logo teremos rugas e cabelos brancos ... sabe, pretendo ter uma boa carreira profissional, ser bem sucedida e contar com todos os salva-vidas que a ciência nos proporciona para driblar certas coisas externas da velhice, rs.
Mas ah, eu estou tão nova .. não tão nova quanto um adolescente de 15 anos (graças a Deus) mas tão nova! Ainda me sinto perdida, ainda pago o preço de certas ingenuidades, ainda quero brinquedos eletrônicos, e ainda me apaixono perdidamente pelo vilão da minha história! Eu tenho tanto pra amadurecer ... e quantos anos a vida me reserva, nem eu sei, nem ninguém; eu tenho tanto o que conquistar ... me dizem que tenho futuro garantido e coisas do tipo, mas não, como diria Raul Seixas "eu tenho uma porção de coisas grandes para conquistar, e eu não posso ficar aqui parado";
Sou grata pelo o que tenho ... materialmente é bem pouco, mas sentimentalmente sou rica. Tenho bons amigos, os poucos para se contar com tudo, os muitos para se divertir com nada ... uma família que me aceita da forma que eu decidir que quero ser,tenho a oportunidade a cada manhã, de aprender do melhor, assim posso lutar para chegar onde quero ... no melhor. Não é sonhar muito, porque não existe medida de sonho, você determina se ele é grande demais ou não ... e eu determinei que os meus, são exatamente como eu mereço, e eu vou conquistar o que eu quero ... e pretendo que seja tudo.
Desde aquele pensamento que me vem na cabeça ao me deitar, e que me aparece quando desperto, até a conciliação da ciência com a política. Ambos me parecem absurdos ... mas se eu precisasse de uma palavra para me definir, ela seria "absurdo".

E o que eu fiz nos primeiros minutos do meu novo ciclo de 23 anos? Bebi uma Ice gelada, e recebi as mensagens mais lindas dos amigos mais lindos, claro!

"-meu nome é Alice, às suas ordens majestade - disse ela com muita educação. Mas ao mesmo tempo pensava:
Ora vejam só, eles não passam de um punhado de cartas de baralho. Não preciso ter medo deles." AIW;

Nowplay# Pardon Me- Incubus.

terça-feira, 12 de abril de 2011

#EuSouGay

#EuSouGay espalhe essa idéia
Sejamos Gays. Juntos.
Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Tarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só
Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.
— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —

sábado, 9 de abril de 2011

Fé;

Eu nunca digo para uma pessoa não acreditar em Deus. Eu apenas digo, que não se deve acreditar na religião ... qualquer um delas que seja.
Se você nasceu aqui, no Brasil, provavelmente você seja cristão; protestante ou católico. Mas se você nasce na Bahia, pode ser que você seja Kandomblé. Mas se você nascesse na Índia, seria Hindu, não comeria carne, e acreditaria em Ganesh. E se você nascesse no Marrocos? Iria acreditar em Allah ... e se fosse mulher, cobrira até o rosto pelos costumes religiosos. E se você nascesse em alguns lugares da Ásia, seria Budista. E em alguns lugares da África, você praticaria a religião Vodoo!
Então, se analisarmos de uma forma geral, cada umas dessas pessoas nasce em um lugar, e de acordo com a cultura local, tem uma religião! E então, você está mais certo porque nasceu aqui? Seu Deus, é melhor e mais poderoso .. porque?
Pior ainda ... porque você Cristão, julga errado, o Pai de Santo que tem os mesmo Santos que você? Com nomes trocados, mas quem trocou, a Igreja ou o paganismo?
Uma criança deve ser batizada para não ficar pagã.
Eu não fui batizada, meus pais decidiram que eu tomaria essa decisão ... ou não. Na verdade minha mãe era de uma religião protestante (Testemunha de Jeová) e meu pai, o chamado "Ateu". Então decidiram não me batizar, seria hipocrisia me batizar. Minha infância foi na religião da minha mãe, e segundo ela, com 4 anos eu já questionava que "o homem invisível" do céu, não existia porque eu não estava vendo ele. De fato, questionei isso a infância toda, até que com 12 anos, tomei a decisão de não seguir mais aquela religião. De início minha mãe se magoou mas depois entendeu. Depois com 19 anos eu me batizei porque minha sogra achava importante ( o amor, sempre nos deixando burros o bastante para deixarmos de ser, quem somos) mas logo eu descobri que a religião católica, assim como qualquer outra, era cheia de falhas em seus fatos. E pior ... Padres, a séculos atrás, descobriram essas falhas, e foram pra fogueira por questionar a verdade sobre a Bíblia, que guia praticamente todas as religiões.
Um dos questionamentos Bíblicos, foi a Igreja justificar o modelo Geocêntrico ( terra no centro do universo) citando uma passagem Bíblica, em que Josué diz que pediu para Deus parar o Sol ... ( sendo assim, o Sol girava ao redor da Terra e ela estaria ao centro de tudo) ... e hoje nós sabemos que nem o Sol, nem a Terra estão no centro do universo, que é grande demais para se saber o que está no centro. Mas, que aqui, na via-láctea , no nosso sistema solar ,é o Sol que está no centro , e quem gira, é a Terra. Isso contradiz a justificativa da Igreja para explicar a tal passagem bíblica que acaba de fato, com explicações múltiplas, e sem sentido. Assim como outras milhares. Para não falar de Judas, que tem até um livro na Bíblia, mas que ficou escondido, por muito tempo, foi achado a pouco, e que de acordo com o que há nele, o pobre Judas vem sendo "malhado" a toa, porque nem traíra ele foi. E quantos mais livros da Bíblia foram escondidos para que se pudesse manipular um povo? Ninguém sabe, logo ninguém pode nem dizer, o que nela é fato, e o que nela é representação simplesmente de um povo antigo.
E Deus, existe? Ele existe ... mas porque "ele" ?
Sabe, a centenas de anos, não era um Deus, mas sim uma Deusa que ditava as regras de um povo. E eu sempre achei mais confortante, afinal quem dá a vida? É uma figura feminina, ou até mesmo uma figura sem sexo, porque, Deus, masculinizado? Já pensou nisso? Quantas religiões usam isso para que suas mulheres não passem de meras reprodutoras?- muitas.
Mas nunca, ninguém admite o próprio erro, as vezes você mesmo não sabe explicar o porque acredita tanto, em algo que foi alguém que lhe disse, sim, porque se você nascesse numa ilha, isolada disso tudo, você iria crer em quê? É, NADA. No máximo naquilo que visse. Porque a gente crê naquilo que ouve, que alguém conta. Ou você acha que a diferença entre você, e o Hindu lá da Índia, é que você, tem o Deus correto? .. não, a diferença é cultural apenas, porque você nasceu nessa cultura, mas, poderia nascer em qualquer outra.
Algumas histórias são tão antigas, passaram por tantas gerações, que acabaram ficando "reais". Ai você me diz, "mas Jesus veio a terra em nome do pai dele que era Deus ..." - você, o viu?- não. Ele existiu sim, até mesmo a ciência sabe disso. Mas ele era um HOMEM e não um Deus, e ele morreu igual você vai morrer. Ele era especial? Talvez. Ele de fato, foi alguém, e marcou uma época com feitos inteligentíssimos, mas certas coisas, sobre ele, ficaram absurdamente encobertas pela religião. Como o fato de que na época dele, os homens casavam muitíssimo cedo, e segundo a Bíblia, somente aos 30 anos ele soube que era "filho de Deus" ... ai você vem me dizer que até os 30 anos, ele era o que? Ele nunca teve uma mulher porque? Porque a castidade é santidade, se representa a vida? Ele provavelmente teve mulher. E segundo alguns estudiosos, ela foi Maria Madalena ( é, a puta da Bíblia) e se manipularam tantas coisas na Bíblia, eu não vejo o porque de não manipularem isso. Creio que ele existiu, teve uma grande importância, mas ... creio que assim como o que seja de fato "Deus" .. o que é "Jesus" está perdido na história, por pessoas que se aproveitaram do poder. E se você dúvida disso, veja o poder hoje em dia .. a Política faz o que? Some com evidências, desaparece com fatos, e o povo fica a mercê da sorte. E quem eram os Políticos naquele tempo? É ... a Igreja.
Portanto, julgar o outro, achar-se melhor e mais puro, só leva você a ficar cego diante dos fatos. Vejamos o rapaz que fez o massacre no Rio de Janeiro .. achava que era puro o bastante pra tirar vidas, e ainda escreveu isso! Ninguém é melhor, nenhum desses Deuses é melhor, e na verdade talvez nenhum deles seja mesmo o verdadeiro Deus, Deus não deve ser um cara invisível e vingativo no céu, me observando pra saber se eu, desobedeci a sua listinha de 10 coisas proibidas, pra depois me mandar pro inferno, e dizer "eu sou amor", porque se ele perdoa tudo, ele não vai me mandar pro inferno.
O trabalho da ciência é provar através de fatos, o que todos querem saber: de onde viemos e para onde vamos?- acredite, na ciência é preciso ter fé.
Na vida, é preciso ter fé, mas sem ser cego em acreditar em um homem que diz que encontrou Deus e o filho dele, ali na esquina.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tudo o que eu preciso dizer, agora.

Por esses meses, eu venho mantendo em mim, uma bomba ... ela gira, de acordo com meu tempo vital. Um ano ... foi o tempo que eu levei, para descobrir quem eu era, do que eu era capaz, como eu via e sentia as coisas, o que eu gostaria de ter/ser no meu futuro ... o quanto de mim, eu precisaria dar para mim mesma chegar lá. Renunciei lutar por um grande amor, me concentrei em mim e só. Deixei de ir em algumas festas, de abraçar alguns amigos, de sorrir algumas noites, pra chorar sozinha, por estar me sentindo só, apenas com alguns livros frios. Me acostumei. Mas o tempo passa, e a gente colhe o que planta, como já dizem por ai ... e eu colhi um bom fruto, que me garante ser uma das poucas alunas vindas de escola pública, estar em uma das melhores Universidades do País. Mas a vida é mesmo uma caixa de surpresas.
Enquanto eu e minha família comemorávamos meu sucesso e a boa época financeira, meu melhor amigo estava em um hospital, recebendo a notícia de que a mãe, internada a algum tempo, havia falecido. Uma prova do tempo simultâneamente agir, dando alegrias a alguns e tirando-as de outros.
Mas as vezes, ela nos dá a alegria e já nos tira ... ou mantém e nos faz experimentar um dos piores sentimentos: oscilar entre o ótimo, e o péssimo.
Havia algum tempo, que minha mãe sofria de dores na mama direita, cerca de um ano e meio ... fez exames, mamografias, e nada. Porém, lá estava a dor, e agora mais frequente. Notou um sangramento, e então percebeu que algo deveria estar errado. Só depois de pagar um BOM exame, descobriu que poderia ser um dos muitos casos de câncer de mama do mundo. Encaminhada para um bom hospital, começaram os milhares de exames ... até que se achou um pré-câncer. ela iria ter de tirar toda a mama.
Eu me apavorei, não imagino como deve ser, eu sendo mulher, passar por uma cirurgia dessas. E nunca pensei fazer parte disso, direta ou indiretamente. E ali estava eu, disposta a fazer parte disso e acompanhar minha mãe em tudo que fosse possível, me desdobrando, me fazendo mil, entre estudos e cuidar dela.
Mas ela pegou uma ótima equipe médica, que garantiu o sucesso com a cirurgia. Após isso, ela estaria curada, e melhor, com um bom cirurgião plástico, para reconstruir tudo, sem pagar nada por isso.
O tempo foi passando, cruel e certeiro como sempre ... eu tinha que acordar as 5, ir para a faculdade, voltar as 14 ... chegar em casa, limpar tudo, cuidar da minha irmãzinha (uma criança muito forte por sinal) cuidar do meu pai ( muito fraco por sinal) .. fazer coisas de casa, pagar contas, cozinhar, cuidar dos gatos ... viver a vida de uma família inteira que teria que depender disso. Até minha mãe voltar.
Mais uma vez o tempo foi certeiro, e aqui estava ela, em poucos dias. Abatida, porque afinal ninguém sai corado e bonito de um hospital. Ai, eu virei também, enfermeira. Limpei curativos, fiz curativos, troquei dreno ... nunca pensei em sequer ver um dreno.
Enlouqueci em alguns dias.
Era muita coisa ao mesmo tempo ... faculdade, pessoas, trem cheio, casa, animais, família ... e uma vez me perguntaram "e quem é que cuida de você?" - pois é;
Depois de tudo estar bem, e ela ter voltado a suas atividades normais ( leves, claro) eu pude cuidar de mim. Fui ao meu antigo psiquiatra, levada por um grande amigo, porque realmente eu não estava nada bem. Ansiedade, crises de pânico, depressão, e quase desistindo da tão sonhada USP. Graças a fé e a ciência, umas boas conversas e um bom ansiolídico resolveram o caso, e estou estável.
Mas ai vem o tempo, não é?
Uma perícia médica pós-cirurgia, descobriu que minha mãe tinha de fato, um câncer e não pré-câncer. Ela necessita então, do tratamento específico. A famosa quimioterapia ... que leva 5 meses.
Mais uma vez, preciso ser forte, preciso ter foco, preciso doar o melhor de mim, para mim mesma, porque somente assim darei o melhor de mim para aquela que até hoje, fez o mesmo por mim;
Apesar disso tudo, eu até hoje, não devo ter derramado nenhuma lágrima. O que talvez aumente a minha dor, porque ela fica aqui, toda em mim. Passei esses meses sem mencionar nada disso, mas creio que o fato do medo da palavra CÂNCER, atrapalhe muito. Quantas pessoas já venceram ele? Quantas não venceram? - A diferença está em, como você o encara. Quando demonstramos medo, demonstramos a fraqueza. Não a um porque em não conseguir vencer, e isso vale não só pra isso, mas pra tudo na vida.
Amanhã é a primeira quimioterapia dela, e eu sei o quanto ela esta nervosa por isso. Assim como eu estou nervosa, por isso e por ter de lidar outra vez com tantas coisas ao mesmo tempo. Não vai ser fácil, mas a mais de um ano, nada tem sido fácil para mim ... desde um simples romance, até uma cadeira na universidade ... nada tem sido fácil, logo isso também não haveria de ser. Mas, umas coisa na minha vida, já deu certo, depois de muito sofrimento e muita luta, deu certo , então porque todo o resto não vai dar? - ah vai!
peguei um livro para finalizar aqui, com alguma frase ... pensei " a primeira página que nele abrir, eu leio e tiro algo" .. incrível :


"O segredo para a Saúde- Dr John Hagelin, Físico Quântico e especialista em Políticas Públicas: Nosso corpo, na verdade, é produto de nossos pensamentos. Estamos começando a compreender na ciência médica o grau em que a natureza dos pensamentos e emoções realmente determina a substância física, a estrutura e a função de nossos corpos;" - [ The Secret ]




*detalhe para as duas profissões do Dr John ... e para as duas coisas que eu estudo na Universidade de São Paulo. Estranho? Não ... a mente humana é maravilhosa!

domingo, 3 de abril de 2011

Que prevaleça a verdade, sempre.

Desde que eu entrei na USP, corro tanto contra o tempo que não consigo parar aqui e escrever umas bobagens ... ou eu perdi minha inspiração ?!
É ... eu perdi a antiga inspiração, que me motivou a criar esse blog e ecrever tudo o que eu sentia, por não poder dizer em palavras ditas.
Mas, eu preciso voltar a dizer em palavras escritas, as coisas que eu sinto .. ou não, porque ando sentindo poucas coisas "bonitas" para descrever ... a não ser que eu descreva meu amor pela ciência e pela sociologia.
Não deixa de ser amor não é mesmo ?
Falando em amor, eu queria dizer algo ... sobre alguém que eu amo muito, e por um tempo me magoei com a possibilidade de estar mentindo para mim ... bom, não sei se eu não queria acreditar por um bloqueio de proteção a essa pessoa, ou se eu realmente não acreditava nas palavras dela.
Mas é tão dificil ver sua amiga, que você se apegou tanto, dizer que está grávida, com 19 anos, sem ter concluido o sonho da Universidade, da estabilidade ... e com um pai, que pode-se dizer que, não passa de um mero reprodutor. Acho que tudo isso me fez pensar "não ... ela ta mentindo por amor;" talvez ela até tenha feito isso por amor, e só depois tenha medido as consequências, mas isso não me diz respeito.
O que me diz respeito é me desculpar por não ter acreditado nela, afinal, amor e amizade tem base em confiança; Me alivio por saber que posso confiar nela, e espero acompanhar o finzinho de gravidez, já que além de tudo, a barriga dela se escondeu MUITO BEM até o 7° mês!!!! E aaah, tenho que convencer ela a mudar ou inluir outro nome, poque Sean (Chan) é meio estranho né?! ahahah!!!
Te amo, desculpa .... Tabata Linnhoff.

sábado, 12 de março de 2011

Enxaqueca.

De tanto pensar, acabo por nada pensar;
Existem momentos na vida, que a bagagem pesa mais do que aparentemente podemos suportar, e no fim das contas, a gente sempre carrega até o fim.
É duro planejar algo, alcançar, e não poder prever o que mais viria junto da tal conquista... em um momento você vive os segundos mais felizes da sua vida, quando percebe que ao mesmo instante, vive a maior preocupação dela.
Oscila entre o ótimo e o péssimo;
Conquistas exigem dedicação, pré, durante e pós; Mas quando você imaginava conquista-las não imaginou ter outras ocupações naquele momento.
E você teve.
Tem;
E é ai que percebe, que fazer uma coisa a cada dia, é essencial para obter o sucesso ... mas nem sempre isso é possivel, muitas vezes a vida te obriga a fazer milhares de coisas a cada dia.
Tudo acontece ao mesmo tempo;
Chega a ser ironia não estar plenamente satisfeito e contente!


#ouro de tolo; Raul Seixas.