quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

E o amor com isso?!


Desde ser pequena o bastante para ainda nem seios ter - ah sim, ainda não os tenho - eu me vejo vendo casais estúpidos demais para evitar que meu cérebro comece a rodar a fita da imaginação, que no meu caso, eu não imagino, eu faço curta metragem cerebral, as vezes até longa. Eu, sempre sozinha e vendo aquela grande encenação alá Shakespeare com um toque de Nelson Rodrigues, que é pra dar "realidade" - palavra qual, fogem os lindos amantes do tal amor - realidade pra quê, não é? Se o amor é o fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é o contentamento descontente ... mas que cacete, cadê o lado bom nisso? Então todos vocês, que andam por ai com suas mãozinhas dadas estão com dor, com feridas, com descontentamentos?
Todo mundo tem casal de amigos, ou amigos que viraram casais. E todo mundo sabe o porre que é ter amigo que namora. Nada pode, tudo pede e sempre, sempre um belo par estraga a noitada da galera no bar, porque resolveu lavar a roupa suja antes de chegar em casa. O caso mais tipicamente tosco de amigos que iniciam a vida amorosa, é a mudança de personalidade - que por sinal era falha - em quesitos de encontrar semelhanças com o ser amado, inventando as mesmas, quando você, amigo maroto já sabe que é pura marmota pra agradar o par. A pessoa nunca gostou de sertanejo universitário, mas vai saber cantar todas porque o amor gosta. A pessoa preferia sair de jeans e camisetinha, mas o namorado prefere que se enfeite digna de uma festa black tie. A pessoa odeia comida bahiana, mas vai até aprender a cozinhar vatapá. E por ai segue o ridículo da vida. Mas não segue pra sempre.
Já parou pra pensar que o seu par, sua então alma gêmea, não tem nada a ver com você, e que os opostos não se atraem? A teoria dos opostos certamente foi criada por alguém estúpido o bastante pra acreditar que o amor vence barreiras do tipo nerd versus fanfarrão. Ou você consegue imaginar um nerd namorando uma micareteira? Ele lá, jogando PS3 e ela lá, dando nó em fita de cetim pra cada cara que beijou ela sem pedir permissão? Não! Na minha cabeça certas coisas não entram, e essa é uma delas, definitivamente.
Não é só uma questão de gosto musical, gastronômico ou físico. É uma questão de carácter, princípios e limites. Você não vai ser feliz pra sempre, ao lado de alguém que vai pedir suco de laranja enquanto você vai pedir uma cerveja gelada. Talvez nem seja feliz pra sempre mesmo com alguém que peça o mesmo drink e ainda brinde com você. Então, crer que o amor vence QUALQUER barreira, incluindo a total falta de afinidades, me parece o mesmo que crer em contos de fadas e histórias bíblicas, e como diria minha mãe :
-Desde os 3 anos você me disse que não tinha ninguém lá no céu, nem ninguém dentro do seu coração.
O que não me impossibilita de ter alguém nos meus pensamentos, e nas minhas ideias racionais de crer, crer que perfeito não vai ser nunca, mas também não precisa ser assim como a sociedade me impõe, casais estúpidos que amam sem ao menos saber que admiração deveria vir antes de qualquer sentimento que te torne vulnerável a alguém.
Então mundo, mais amor, por favor?!

Um comentário:

Tabata Linnhoff disse...

mundo mais JOSE CUERVO por favor, é beem mas fácil que amor mina.