quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Fragmento

Nada breve o olhar que transpassa a fresta da janela, lá fora chove. Pouco se pode ver em meio às gotas d'água junto ao vento, mesmo assim ela se mantém ali, olhando estaticamente para o nada que se faz lá fora.
 - Tem tempo ai.
- Eu sei...
 - Não se cansa?
- Não.
- O que tanto olha? Lá fora só faz chover...
- Chove? Não olho nada.
 - Se não olha, o que pensa ai calada, olhando para fora?
 -Não penso nada.
 - Bom... Já foi servido o jantar, não vem?
 - Não estou com fome.
 - Tudo bem então, mas feche um pouco isso, está ventando e faz frio aqui.
 - Não sinto.
 - Não sente o frio que faz? Qual é o seu problema?
 - Nada. Não sinto nada...
 Silencia, sai. Lá fora continua a chover, lá dentro ela continua a não sentir.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Alienação e o final da novela

Hoje foi um dia que como disse a grande Vera Holtz "parecia copa do mundo". Manipulação para uns, lazer para outros, mas o fato é que quem saiu do trabalho, faculdade, ou o que fosse pouco antes do horário nobre, viu uma enorme movimentação de pessoas apressadas para chegar em casa logo, ou os que estavam conformados que não iam conseguir, procurando um estabelecimento comercial para fazer hora, tudo isso pra ver o final de Avenida Brasil. Momento esse típico, de final de novela. Surgem os fãs fanáticos pela teledramaturgia e os contras, pseudo revolucionários que no fundo assistem, só pra falar mal ( ou não...). Eis então o boom de pessoas criticando a alienação do "povo brasileiro". Acho o cúmulo se referir ao seu povo, do seu país, assim. Você, caro cidadão, faz parte do povo brasileiro, e se o povo é alienado, é porque a massa está no caminho errado e você que provavelmente pouco contribui para isso não acontecer, também está no caminho errado. Julgar o todo é se julgar. E acho complicado falar de alienação, num período cibernético. Hoje, é alienado quem quer, ou quem vive em extrema pobreza e logo não tem acesso a internet, mas esses garanto que não estão no facebook reclamando do "povo brasileiro", e talvez fossem os que mais teriam direito. Passar o dia conectado à internet, reclamando da alienação do seu país na sua página pessoal de rede social, não vai mudar a sua nem outras realidades. Você mesmo poderia abrir o Google e buscar informações, mas acredito que justamente quem critica mais, é quem menos faz. A realidade é ruim, mas não é ver ou deixar de ver a novela ou a partida de futebol no domingo que vai mudar as coisas, as coisas mudam com pequenas atitudes, e sair da posição de defesa pode ser um bom começo. A tal rede de televisão em questão, não está ganhando menos por você ficar ai publicando o quanto ela é manipuladora, tanto porque a maioria das pessoas que estão vendo ela, são como você, e vivem bem o bastante pra terem autonomia em suas próprias escolhas. Manipulado pelo sistema, é aquele que nem ver a novela, pode. Seu país é ruim, mas e você, existe pra quê?!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Dicas para o primeiro encontro

Todo ser que se preze, tem um amor platônico alguma vez na vida. Antigamente, esses eram bem representados por professores, padeiros, amigos dos pais artistas e etc. Mas hoje está mais acessível ser ou ter um desses. É só abrir uma conta num site de relacionamentos. Começa com uma cutucada, vai para um inbox até virar pedido de "amizade"; dai então evolui pra umas curtidas, uma conversa que dura uma madrugada toda, e o momento de maior tensão : stalkear o platônico. Se até ai estiverem todos os itens em "ok" - pessoa bonita, faz check-in e locais bacanas, tem um bom português (ou é esperto e usa o google chrome), tem porte físico que lhe agrade (vide fotos sentado, e fotos de corpo inteiro, não se engane com fotos de rosto), tem fotos com amigos (importante saber se a pessoa existe mesmo), estuda, trabalha, ouve boas músicas (vídeos que compartilha), e o mais importante, verifique a opção sexual, vai saber. Tudo ok ? Já verificou se o boy/girl existe e é magya, agora parta pra parte prática e marque o encontro. Lembrando o perigo que significa se encontrar com alguém que você só conhece virtualmente : pode ser um psicótico, um psicopata ou um pedófilo (pra você, pirralho que insiste em usar esses sites) etc. Chegou o dia do encontro, você fez tudo certo e já sabe o que vai encontrar pela frente. Ou menos acha. Mas, a probabilidade de a pessoa ter usado photoshop é grande, logo suas chances de voltar pra casa decepcionado, são maiores. Moral da história : use sempre a webcam, e desligue sempre que aparecerem genitálias.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Em vez de idealizar, sublime!

São ideias subsistentes de idealizar o não realizável, se privando de um bocado de coisas para levar adiante a ideia de ter e viver o outro, ao invés de viver ao lado. O outro não é especial. Você não é especial. Ninguém nasceu para ser metade , assim como ninguém te completa, porque provavelmente você nasceu inteiro. Ninguém vai satisfazer todos os seus desejos, a não ser que você tire sua alma gêmea de uma lâmpada. São consequências geradas por atos do acaso, que te levam a esbarrar em alguém, que vai te parecer fora do comum, quando na verdade é apenas uma alusão daquilo tudo que você mesmo, gostaria de ser. Mas o amor, ah o amor é lindo!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Prepotência


Essa palavra deveria vir ligada a genética. Alguns genes específicos parecem ter isso como característica dominante. Algumas pessoas são prepotentes por suas cores de pele, cabelos, olhos; muito mais complicado do que entender os funkeiros que não usam fones de ouvidos em locais públicos, é entender prepotência por características genéticas.
Eu nasci ruiva. (Bom diz a senhora Reybaud que eu nasci de cabelos negros, e com 7 dias eles ficaram "assim") - salvem as piadas que fui adotada, eu nunca fui prepotente por isso, e levei no mínimo 8 anos pra reparar que cor eu tinha, e que cor tinham os outros, achava que as pessoas eram pessoas e só. Ai fui conhecer um local chamado "Escola", onde eu deveria aprender o ABC mas o que aprendi primeiro, é que minha cor era diferente e todos tinham cores diferentes.
Desde então segui um dilema que devia ser tese defendida em mestrado de antropologia social,  já que é tão complexo um leigo entender o motivo de alguém ser prepotente e se achar melhor ou pior que o próximo por suas características genéticas.
Acho que isso explicaria o fato de eu ter pintado o cabelo de todas as cores possíveis durante 10 anos seguidos pra não sofrer piadas do tipo "água de salsicha", também deve explicar o fato de negras alisando os cabelos crespos, morenas querendo o brilho dourado dos loiros e loiras fugindo do bullying com lenda urbana nos banheiros escolares, por uma possível falta de QI.
Falta que QI em loiros já foi desmistificada, agora só falta alguém explicar esse ciclo de prepotência e senso de superioridade, que ninguém deveria ter, afinal o coração batendo no peito é igual e o fim de todas essas "cores", também.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O Boy Magya


Boy Magya : Do latim, homem ideal, tipo perfeito. Bonito, legal, rico, inteligente , cheiroso (e no meu caso, que não cometa erros ortográficos).
O problema é que tudo isso vem acompanhado de uma outra "qualidade" peculiar. Os problemas. Sim, esse tipo vem num combo e o brinde é o problema que ele vai gerar.
Esses problemas podem ser variados, mas em geral, são patológicos. Ou melhor, um problema patológico, a bipolaridade. Esse indivíduo vai a todo custo, pedir seu telefone na balada, insistentemente até que você enfim ceda; e não, ele não vai ligar no dia seguinte, nem no outro, e nem um ano depois, ele não vai ligar nunca (por isso sempre dou meu número errado, assim não me ligam de fato, e por uma escolha MINHA). Esse indivíduo vai te cutucar por dias no Facebook, até que você o aceite como amigo; depois vai passar dias falando sobre o quão diferente dos outros homens ele é por inbox, até que por fim, vai pedir o seu messenger, que ninguém mais usa, portanto é muito mais pessoal. E depois? Ele vai pedir o seu telefone? Não, esse indivíduo é mais sagaz que o baladeiro, ele vai dar o número dele antes, sem pedir o seu, provocando assim uma pressão psicológica que faça com que você dê o seu telefone sem nem perceber. E não, ele não vai ligar no dia seguinte. Mas vai mandar uma sms fofa, o que é mais ardiloso e genial ainda! Depois de conquistá-la e fazê-la acreditar que Deus existe e que a vida é bela, ele vai desaparecer e nunca mais responder nenhuma de suas mensagens por nenhum desses millhares de contatos virtuais.
Dois tipo de Boy Magya, o virtual e o real baladeiro. E o que eles tem em comum fora serem bonitos, legais, inteligentes, cheirosos e tudo o mais?
Eles só queriam provar para eles mesmos, que iam conseguir.

Conclusão: Esqueça o boy magya, e quando der de cara com um desses, certifique-se que não é gay, se não for, corra.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

No consultório ...


-Pretende se casar, Terumy? - perguntou o Doutor, com aquele olhar oblíquo, quase que interpretando Machado de Assis.


-Pode me perguntar isso, daqui uns 5 anos Doutor ?

-Posso. Mas hoje gostaria de uma resposta, de acordo com o que você espera pra agora.

-Pra agora, não espero me casar. Não espero nem namorar. Hoje eu espero nunca namorar.

-Nunca? Teve experiências ruins?

-Não, não tive experiências.

-Então, o que você entende por namorar?

-Entendo um domingo. Domingo de Sol e céu azul, com aquela brisa leve. Os amigos reunidos no bar do Geraldo jogando sinuca, comendo carne assada e bebendo cerveja.

-E o que isso tem a ver com um namoro? - indagou praticamente com cara de tédio, achando que eu havia fugido ao assunto.

-Tem que se houvesse um namoro não haveria bar, nem carne, nem céu azul, nem Sol e muito menos amigos. Porque muito provavelmente eu estaria em uma mesa, num desses almoços de família que mais parecem um júri popular, onde parentes chatos que nem são meus parentes, estariam me perguntando sobre meu futuro profissional, como se eu soubesse o que vou comer no jantar no dia seguinte.

-E você não acredita que possa fazer isso por amor?

- (Pauso a mente para o mini flash-back mental, visualiso a cena, vejo a tia do namorado gorda e infeliz num casamento de anos, a avó me servindo mais uma porção de algo que eu não quero comer, a mãe me olhando como se fosse virar mutante a qualquer momento e ter poderes white laser enquanto algum outro familiar insuportável, me questiona em relação a minha vida acadêmica, como se eu fosse pagar dote pelo rapaz.) Nããããão!  O amor tem que ser melhor que isso!

- Me defina o amor, com suas opiniões.

-Domingo de Sol e céu azul, com aquela brisa leve. Os amigos reunidos no bar do Geraldo jogando sinuca, comendo carne assada e bebendo cerveja.


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sobre homens, e miojos !



"E como andam os estudos?" - podia ser a pergunta focal de todos os indivíduos que se dirigem a mim, afinal de contas, todos eles sabem que eu estudo muito hoje em dia. Ou sei lá, podiam me perguntar sobre a minha música preferida da semana, ou sobre o desenho animado melodramático que estou vendo atualmente, ou podiam ser eogcêntricos como sempre foram, e discorrer um longo assunto sobre suas belas vidas frustrantes. Mas não, todos me perguntam a mesma coisa, a anos - não vou falar minha idade outra vez, é deprimente - o foco, é a pergunta focal sobre minha nada mole vida.
"Mas como assim não tem namorado?" - Já justifiquei que ser universitária exige dedicação, que ser uma universitária no curso errado tentando achar o curso certo e tirando as horas extras pra estudar Artes Cênicas, exige MUITO tempo. Mas quem são eles? São pessoas, e como boas pessoas, prosseguem no martírio de me fazer essa pergunta, como se eu mesma não me perguntasse isso a cada vez que cozinho um miojo e percebo que, o tempo que levo para o preparo do macarrãozinho sem gosto, é o mesmo com o qual eu destruo qualquer possibilidade de ter um relacionamento, justamente por eles ficarem cozidos se não no mesmo tempo, até mais rápido. E ah, sem gosto também.
Lasanha de bacon que é bom, nada né, Murphy?!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ai de mim, que não sou romântica.



Descobri que eu tinha muito a dizer. E não disse nada. Ouvi por mais tempo que imaginava ouvir, coisas que nunca se passaram na minha cabeça. Em modos comparativos, diria ter sido mais surpreendente que diálogos de taxistas. Você sabe seu destino, e espera que apenas chegue bem no final. Não ando sentindo sono, nem fome. Talvez não ande sentindo nada. Ou talvez esteja sentindo que eu não sei exatamente nada sobre mim mesma. Tenho pra mim que me crio e me reinvento sempre que preciso. Assim como crio expectativas, e me defendo delas por saber o quanto espero. Ou minto pra mim mesma pra acreditar na veracidade de sentimentos que eu nem sei se possuo.
Apenas tenho certeza que tinha muito a dizer, mas preferi me calar e ouvir. E talvez seja isso, e eu tivesse que ouvir pra compreender que eu, bom eu não faço parte daquela vida que um dia achei que faria.



" nem desistir nem tentar, agora tanto faz ..." - toca no player depressivo, e nem é de um táxi qualquer.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

É sobre amor, e bacon!


 Oh não! É dia 12 de junho, dia dos namorados. E eu estou escrevendo no dia 11, porque eu pouco me importo com o raio do dia dos namorados. Aliás, dias temáticos pouco me importam, se não forem do tipo "dia da cerveja" ou "dia do bacon". Antigamente tínhamos diversos dias no calendário que eram realmente válidos. Tipo o dia do Índio (que ainda está no calendário mas ninguém lembra, e se bobear o Índio mesmo nem sabe). Agora temos dias temáticos pra indústria dos porcalitos enfiar nas nossas cabeças que nós precisamos comprar algo que não precisamos ter. Na páscoa te fazem comprar uma barra de chocolates derretida e refeita em forma de "ovo de coelho" (coelho é mamífero, nunca vou entender), no Natal te fazem crer no Papai Noel que deve ser amigo de Jesus, afinal é aniversário dele. Ou  tem essa de que precisamos ter um "amor" na vida, pra presentear ele com algo que ele não precisa ter. E daí você entra em desespero, porque você não tem um amor pra dar um kit de perfumes e loções pós-barbear, e começa a metralhar as redes sociais com publicações sobre o quanto Deus (ele sempre é o culpado de tudo, sempre) está te castigando nessa vida, e o como você vai se vingar de tudo isso enchendo seu rabo de chocolate para superar o vazio insuportável que existe em seu peito. Eu tenho uma dica pra quem só se importa com o amor nessas horas, tem gente na rua, sem namorado e sem chocolate, passando frio e fome. Vá distribuir cobertores, aproveita pega um e se aqueça sozinho (a), quem sabe com essa boa ação, ano que vem  "Deus te abençoa" !

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Era uma vez ...


Indiferente do que se usa no contexto, pode ser uma maçã envenenada, um espinho em uma flor ou um sapatinho perdido. Tem também aquela que o príncipe é amaldiçoado e vira monstro, mas é salvo pelo amor da princesa e vira príncipe outra vez ( deve ser a fábula mais criativa e menos machista, afinal nessa a princesa faz algo útil além de ficar posando de vítima) . O fato em comum entre todas essas histórias, além de terem influenciado milhares de crianças tipo eu, a acreditarem no amor, é que em todas elas, o amor surge pra salvar alguém. Isso que eu me nego a falar sobre Sherek!
Não bastasse a gente ganhar bonecas e sermos empurrados a um destino fatal de procriar e sobreviver, estamos fadados a crer no amor como um tipo de salvação, tão amargo quanto crer que Jesus vai retornar a Terra pra nos salvar dos nossos pecados (se é que um dia veio, e se é que foi Jesus ...). Enfim, deviam fundar a Igreja do Amor, pra ficar mais forte o argumento inconsciente que temos de que ele vai nos salvar.
Ando muito incomodada com demonstrações afetivas, sejam elas reais ou fictícias. Você liga a TV e lá estão todas as novelas, com o foco principal em algum casal que sofre diversos imprevistos da vida, até que então podem ficar juntos. Você abre um livro, e uma frase que seja vai falar de amor, no meu caso, eu desisto da TV e resolvo curtir a família, e vejo meus pais que nunca brigaram e vivem num amor visível a anos (ok, esse eu não vou reclamar). Você ouve uma música ... bom, ai é suicídio. Me incomodo ultimamente. Me incomodo porque creio que nunca senti isso. E se um dia cheguei perto, algo do tipo roteiro de novela mexicana ocorreu, e me levou pro boteco mais próximo pra me fazer esquecer, ou ficar confusa e pensar " bom, eu devia ter imaginado ..." .
Eu não sei onde está o amor, também não sei se ele é capaz de vir até mim. Mas sei que eu gostaria que alguém fosse capaz de roubar meu coração, e me salvar do frio com uma piada boba, ou indo pro drama de crer que alguém poderia morrer, caso eu morresse também.
Mas meu príncipe deve estar muito ocupado salvando outras princesas ou bruxas ( coisa real dos contos de fadas nas nossas vidas, as bruxas), já que nos contos de hoje em dia a gente precisa sair por ai, sem saber quem precisa de um coração, ou quem já tem um que só está esperando por um "e foram felizes para sempre", nem que não seja pra sempre.

"Sem essa de pra sempre, é amor até deixar de ser." - Soulstripper

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Despersonalização;


"Noites sem dormir e dias desfocados. Pelo vidro da janela fechada, o ar parece úmido, talvez esteja chovendo. Poderia dizer exatamente se está ou não, se fosse um dia comum, mas hoje quem vê o dia é ela e não eu, e ela não sabe se sonha, ou se vive.
As pupílas dilatadas, e os olhos abertos como se pregados. A imagem que se forma na parede, se forma lá ou mais além do que se pensa? Diferente do corpo, as imagens podem se mover com leveza. Os músculos acompanham o ritmo dos pequenos choques involuntários que o cérebro confuso emana. As extremidades se congelam, como se perdessem a vida por conta delas mesmas. O senso de direção ela não sabe, mas algum lado do corpo adormeceu, tornando mais difícil a passagem do ar, que não sabe se passa, ou se finge.
O corpo contorcionista se dissipa do que deveria ser consciente, para que permita se ver. Ela se observa enquanto se move, sem sentir mover-se, sem saber se está acordada. Os sons são claros como toda a ação, reais ou não.
O despertar há de ser o mais incomum, quem acordou ela não sabe, assim como desconhece se dormiu, quem dormiu e quem vê. "

domingo, 6 de maio de 2012

Não joguei a botinha da Carla Perez na cruz


Li uma matéria sobre xampu íntimo ser bom para o cabelo. Mas não, não foi por esse extraordinário motivo que eu resolvi vir aqui gravar minhas memórias selecionadas. É algo ainda mais intrigante que pelos pubianos serem comparados ao couro cabeludo.
Quando você se acostuma a mal dizer a vida e sempre esperar pelo pior, pra não ser surpreendido no fim das contas, você aprende uma lição de vida valiosa: não reclama, porque pode ficar pior. "Apenas sorria e acene..."
Mas ai vem Pandora e abre a caixa, e lá vamos nós ser pegos de surpresa outra vez. Nem sempre tudo é um castigo, e nem todo mundo mora no mesmo endereço. 
Eu me acostumei sim a finalizar festas chorando e tendo ressaca moral por dias consecutivos, assim como achava bom ser tratada sem "bom dia" ou "boa noite" (e um durma bem, depende de quem vem, a gente acaba mesmo indo dormir bem...).
E mais estranho ainda, é que quando uma coisinha de nada vai bem, e te tira um sorriso, vem aquele mar de coisinhas boas, ao ponto de você ter de reclamar por estar feliz. Não é ingratidão, é desconfiança, sabe-se lá onde tudo vai dar, onde tudo acaba dando. Mas pela primeira vez, eu não estou realmente nem aí para o que vai dar, e se já deu? É só uma questão de um click, um suspiro, e uma falha técnica na rota giratória do planeta, e pronto. Se eu na minha condição de Deus vou permitir isso, ai já é outra história.
E sobre os xampus íntimos,  eu prefiro não testar o PH vaginal dos meus folículos capilares, obrigada.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Sorria, ou não;


Trans - pa - ren -te
adj m+f (baixo-lat transparente) 1- Diz-se do corpo que deixa passar os raios de luz, permitindo que se vejam os objetos através dele; diáfano. 2 -Translúcido. 3- Diz-se de uma cor que, sobreposta a outra, deixa ver esta. 4 - Que se percebe facilmente; claro, evidente. 5- Que se deixa conhecer; franco. 6- Que deixa perceber um sentido oculto.
"Você não é transparente o bastante..."
Uma coleção de frases dessas na vida, praticamente um audiobook de feedbacks nada elegantes que eu já ouvi. Tudo isso por um motivo simples. Eu não aparento muita coisa. Mas me sinto inteiramente na obrigação de me perguntar, "defina aparentar algo"; aparentar alegria, raiva, emoção, tristeza?
Dizem que ao me olhar, eu sempre pareço desviar ou não estar "gostando". Acho que me adaptei tanto a viver dentro da minha própria mente, que ao menos na minha concepção eu tenho muitas expressões. Consigo dialogar dentro da minha mente enquanto alguém dialoga comigo, não é muito "transparente" nem é um jogo limpo, mas não deixa de ser o meu jogo. Acho estranho demonstrações que não sejam aquelas de supermercado. E de certa forma, toda demonstração se refere ao produto que está a venda. Eu não estou a venda, e muito menos disponível. Eu estou do outro lado da demonstração.
Com exceção aos dias em que bebo muito, eu não costumo ser nada transparente. E quando sou, como já disse, estou embriagada e sem condições de ser sincera sem atropelar toda a transparência com demonstrações excessivas de coisas que nem ao menos eu sei se existem mesmo em mim, ou se eu crio mesmo ali, na hora, pelo dom de me impor protagonizando os meus desejos de as vezes pensar que eu faço e tenho o que quero.
Quanto aos outros dias, tenho cara de nada, não lembro ninguém e fico ali... Não vejo, não ouço, não falo; Mas dentro de mim existe um mundo, esse é só meu independente de alguém me ver ou não, eu vejo tudo o que preciso ver.
Transparente ainda é visível; E o que é visível, fica exposto.

Transparente, do latim: trans-parexên-kya , que significa “você pode acabar se fodendo”.

Latim?!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A bebida entra e a verdade sai;


Não sei que tipo de poder hipnótico tem o álcool, pra funcionar como o soro da verdade. Mas me pergunto sempre se quando abrimos a boca alcolizados, estamos de fato sendo sinceros. Acho que vai além da sinceridade, torna-se quase uma tragédia grega. Bastam alguns copos de uma bebida qualquer, e um lugar público cheio de gente que não deveria ver você em estado de embriaguez, pra começar o ato. Caem as cortinas e acendem as luzes mirando você, que desenrola o texto em uma cena de drama da sua vida pessoal que é praticamente uma caixa de Pandora. Nada mais cênico do que um bêbado tropençando em suas meias palavras impensadas. Eis o que Freud definiria como : ressaca moral.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O copo deve estar vazio ...


Achei que uma garrafa de Vodca com muito gelo resolveria meu problema. Mas já vi secarem tantas e o vazio permanece. Beber sempre parece a maneira mas fácil de solucionar as coisas fazendo com que elas sumam, nem que seja por um dia.
"Nem que seja por um minuto..." - Saudade é sentir um vazio e uma dor tão grande, ao ponto de abrir mão de um orgulho com força maior, de abrir mão de uma vida toda, só pra ter por um minuto que seja, tudo o que já passou.
Nunca soube nem nunca vou saber como pedir nada, quem dera atenção. E não é amor, nunca foi. É algo que conta mais com o que é menos puro, é algo que conta mais com a vontade incontrolável de não entender os motivos de um abaço ser tão bom.  Não quero mais entender o porquê de ser o que me faz falta, aliás, entender é a última coisa que eu quero agora.
A primeira delas, é saber o caminho certo de cruzar o caminho que me leve mais perto.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Happy birthday to me, the day is mine!


O dia é meu, a noite também, os drinks também, afinal como diz uma música muito simpática : se eu não escolho de quem vou gostar, pelo menos escolho o que quero beber!
E seleciono, tenho diversas opções que me agradam e me fazem feliz, e não por um dia, mas por diversos dias, diferente dessa maldita opção em que o coração esse membro inútil e desprovido da razão, insiste em querer. E o que isso tem com "hoje"?
Hoje é aquele dia. Aquele, em que você acorda ( ou no meu caso já está acordado porque ainda nem sequer dormiu) e percebe que, a exatos X anos atrás, você estava nascendo. E é complexo se analisado " mas pra que raios eu estava nascendo"?
Mais complexa do que a pergunta, é a resposta, se baseada nos fatos atuais (atuais mesmo, nesse instante); nasci para cá estar, de calcinha e camiseta, sentada na sala da minha "república estudantil" vulgo lar, para ter minha geladeira cheia de cervejas, o meu copo cheio de vodca, e o meu coração... vazio.
E quem liga para a falta de um abraço? Terei diversos deles, todos com tanto ou mais amor e carinho, regados a bebidas diversificadas e ambientes familiares. Terei o passado o futuro e o presente num dia só,  e todos que passarem pelos meus braços, irão deixar algo (portanto por favor, não me deixem problemas).
Dou "play" nessa sexta-feira, do dia pavoroso que é o 20 de abril, e abro os braços para comemorar meu dia, sairei de casa acompanhada de bons amigos, e farei coisas das que eu possa me arrepender depois, ou possa me orgulhar, mas hoje, eu farei. Não estou feliz ainda, mas não estar infeliz me parece um bom começo.

"Sério eu tô bem ... mas qualquer sopro seu, me derruba." #Soulstripper

domingo, 8 de abril de 2012

Maldiga e permaneça perto;



Não é questão de valer a pena, mas é cabível nem ao menos cuspir no prato já vazio, simplesmente por lembrá-lo ao cuspir. Para aqueles que merecem esquecimento, que tenham o esquecimento.
O problema é que a cada vez que se tenta esquecer, lembra-se.
Melhor mesmo é aprender a deixar passar, por perto. Assim pode-se dar a chance de um olhar comum.
Não a nada pior do que o olhar comum.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

relationship of love and hate


Entre cervejas torresmos e balas de gelatina ácidas, há uma cena num filme bom na TV. Nela está notável que duas pessoas se amavam muito, mas por umas indiferenças diferentes da vida, resolveram se separar e como sempre, uma vai sair machucada e descontente com a dor vai criar algo que supere o amor, o ódio. É exatamente o mesmo sentimento se analisado de perto, as pessoas se prendem umas as outras, pensam incontrolavelmente umas nas outras e desejam de alguma forma estar perto, nem que seja pra dar o último tapa. Quando há amor, há :"se não for comigo, que não seja com mais ninguém", e quando há ódio, " se não for por mim, não será por mais ninguém".
-Se eu não te amo, ninguém vai amar.
-Ninguém pode acabar com a sua vida, além de mim.
Pra pessoas de pouca expêriencia tanto em um cultivo de sentimentos, como no outro (eu) acaba por tanto fazer. Sentir um ou outro é demais pra mim. Não consigo me imaginar imaginando tanto uma pessoa só, ao ponto de desejar ser a única pra por o ponto final que o seja, ou sou egocêntrica demais pra imaginar que seja impossível ser uma pessoa única a finalizar o que quer que seja?
Acontece que quando unem-se esse dois sentimentos, que devem ser os mais fortes, parece que se cria algo indestrutível. Quando vemos dois "inimigos" se unir para algo, geralmente não é pra pouca coisa, e praticamente nunca se dão mal no que diga "juntos". Seriam então os inimigos, grandes amantes por sigilo absoluto?
De fato eu gosto desse tipo de sentimento duplo. Mas, prefiro os platônicos, onde eu crio, amo, odeio e finalizo ao me modo, no fim tomo meu Whisky sozinha e percebo que minhas discussões são sempre vencidas de mim para mim mesma.

sábado, 31 de março de 2012

Fecham águas de Março, abrem-se lágrimas de Abril;


Me encontro as vésperas de um concurso público pra estagiar, e a única coisa que consigo sentir é indiferença com a vida. Se eu der a sorte de acordar inspirada, irei passar e conseguir uma vaga pra estagiar num lugar qualquer fazendo uma coisa qualquer só pra deixar de ouvir qualquer cretino dizendo o quanto eu deveria estagiar. Eu e o meu defeito bizarro de querer me enquadrar em um padrão nada favorável ao que me apetece. Deve ser a convivência.
Vivo numa cúpula de pessoas que fazem coisas para agradar outras pessoas que não elas mesmas. Passo horas observando as pessoas mudarem, deixarem seus gostos pessoais, só pra serem aceitas e talvez acreditarem que assim, elas terão uma vida social  quando na verdade elas tem uma vida vazia, cheia de pessoas vazias e que se importam mil vezes mais com o  ter do que com o ser; é onde você deixar de SER para TER, e assim se torna mais um.
Eu realmente gostaria que todas essas pessoas engolissem suas aquisições de status, e tomassem no meio do olho do ... enfim, gostaria que elas fossem de reto ao inferno, e começassem pelo próprio espelho, instrumento muito útil para se iniciar uma boa conversa com o ego e o superego. Afinal, é bom dar uma boa olhada na realidade antes de sair por ai se achando um Brad Pitt porque tem um carro mais ou menos, um emprego mais ou menos, uma casa mais ou menos, ou pior , uma posição social não remunerada e NADA mais ou menos.
Meu espelho está me dizendo que eu ganhei sardas novas, meu cabelo continua a me odiar, e que seria bom eu usar um clareador de olheiras. Mas que tudo permanece igual quanto aos meus princípios. Se isso é bom ou ruim, isso eu já não sei.

sábado, 24 de março de 2012

Como demonstrar interesse em três passos :


Primeiro e como primeiro,  é o pontapé inicial - diga olá, mas faça o "olá" ser diferenciado do "olá" dado a todas as outras pessoas (no meu caso, um olá a distância deveria ser válido, visto que nem ao menos costumo ter tal comportamento com "todas as outras pessoas").

Segundo passo é o intermediário, você já começou o processo de demonstração de interesse, ou seja, você já está na merda, mas ninguém vai lhe dizer isso e pelo contrário, vão te incentivar a "ir atrás"- É ai que mora o perigo, é ai onde as pessoas decoram frases de livros do Augusto Cury e enfatizam o quanto é importante "ir atrás do seus sonhos". Deveriam proibir a palavra "sonho" nessa modalidade de conquista, afinal o peão só queria demonstrar interesse e já se vê numa cilada chamada "correr atrás". ( no meu caso, ouvir um "vá atrás" é como estar no topo de uma ladeira gramada, com mais uma meia dúzia, observando em câmera lenta alguém que solta um queijo enquanto grita "GOOOOOO!!!").  Se joga da ladeira pra ver ...


Terceiro e último passo, a finalização do trabalho. Todo trabalho bem executado deve ser finalizado com os devidos acabamentos cabíveis. Seguindo a lógica de praxe, onde você inciou com os cumprimentos, intermediou com a corridinha, é hora de saber se tudo isso foi recíproco ou se você se estrepou atrás do queijo morro abaixo. É hora dos conselhos nada amigáveis do tipo "diga o que sente" - todo cuidado é pouco, e toda desgraça é bobagem pra quem dá um conselho desses... portanto jamais chegue nessa etapa, e se chegar é porque de fato a sua probabilidade de errar no interesse foi maior do que você esperava. Jamais diga o que sente (tanto porque tem que ser muito simplificado para saber responder isso) e se vc precisar dizer, é porque falhou nos dois primeiros passos que serviam justamente para que você evitasse o terceiro.

- Nota : Se tudo der errado, lembre-se que até na desgraça existe lado bom! você ainda pode fazer piada, principalmente quando perceber que tudo isso, já era uma enorme piada e que no momento do ápice humorístico, você não tinha condições de andar em linha reta por estar vendo graça em rolar no chão como se não houvesse um amanhã.

Seria cômico, se não fosse trágico.

sábado, 17 de março de 2012

E a canoa furou!


Vou ligar na fármacia e perguntar se aplicam dosagens intravenosas de coragem. Preciso de uma dose cavalar pra chutar um balde que transborda dúvidas, e preciso começar a encher um só de certezas, ou ao menos de convicções. Ter uma torneira sempre vazando incertezas não mata a minha sede de conquistar as coisas, percebi que ando sedenta e que nada do que realmente me importa, tem estado de fato comigo. Logo, eu tenho um vazamento que vai me custar caro, que pode inundar minha vida, e me afogar.
Eu não vou mais pedir um colete salva-vidas nem uma canoa furada, essa água já está turva demais pra que eu enchergue qualquer objetivo que seja. Farmácias me fazem depender de terceiros, e nem sempre esses funcionam 24 horas.

sábado, 10 de março de 2012


É noite de sexta-feira e nem internet eu tenho para postar na noite de sexta-feira, então provavelmente eu só possa publicar no dia seguinte porque na casa dos nossos pais sempre tem internet ... e comida, e conforto e aquele cheirinho de "lar". O fato nem é esse, o fato é que é noite de sexta-feira, tá um céu lindo e a Lua está cheia. E como eu sei desse céu? Porque da janela do meu "quarto" da pra ver o céu. Janela? Quarto? NOITE DE SEXTA-FEIRA? Pois é, minha vida já foi mais alegre, eu já vivi melhor e meus fins de semana já prometeram muito mais, mesmo que não fossem cumprir. Mas se isso tudo parece ruim, imagine morar com quatro garotas e saber que enquanto você está forever alone em casa, todas estão com namorados ou em festas, e você? Ah que festa que nada, você tem problemas pessoais regados a complexos e frustrações, ir lá fora pra que? Daqui também dá pra ver a Lua, e se eu quiser ver melhor tenho até a opção - sair na varanda, subir no muro, me jogar andares abaixo - olha que bacana!

# uma estrela só não é constelação...

sábado, 3 de março de 2012

Semelhante atrai semelhante ...


De onde surgem as pessoas, e quem determina que ela venham até nós, e nos façam sentir por elas tudo o que sentimos? Sempre me perguntei isso. Existem tantas pessoas no mundo, mas só algumas param pra movimentar "nosso" mundo. E poderia ser qualquer pessoa, uma que passe por nós na rua, que sente ao nosso lado no metrô ou uma que esbarre em nós na correria do dia. Mas de onde elas aparecem, que quando esbarram, ficam e marcam? O que elas tem de diferente pra nos fazer o que nos fazem? Ou o que temos nós de diferente para sentir o que parte delas, de uma forma tão forte ao ponto de criar um elo?
É o que temos em comum, não de diferente. E eu não sei nem nunca vou saber de onde elas vieram, mas sei o porque vieram, é pra eu não deixar que sumam.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Hopi Hari "hey heey" ...


Descobri que além de ver as coisas de maneira incrivelmente distorcida e com muita imaginação, eu também sofro de vidência. Na noite passada (passada digo na noite de quinta, porque eu ainda não dormi hoje, que já é sábado) eu fiz meu ritual de pensar na morte da bezerra antes de dormir. Mas pensei em mim como a bezerra. Lembrei de coisas das quais já fiz na juventude (considero juventude para tal, entre 15 a 19 anos) e que hoje eu não me atreveria nem ao menos a chegar perto, e dentre essas coisas me veio em mente " parque de diversão".
Já parou pra pensar no quanto a maioria deles é cretino e de divertido não tem nada? Pois é, eu parei. Parei e pensei "cretinice mesmo,  era ficar duas horas na fila de um brinquedo do Playcenter, pra na hora o trem durar um minuto e eu sentir friozinho na barriga!". E é esse o tempo médio das filas dessas porcarias de brinquedos, duas horas, você perde mais tempo na fila do que no próprio brinquedo, e ainda se acha o máximo de corajoso por ter passado um minuto de ponta cabeça e duas horas numa fila. Não, não dou mais pra coisa, pensei comigo, "tô velha, prefiro mesmo sentar num bar, beber uma cerveja e comer torresmos vendo jogo de futebol".
Dai imaginei o perigo, sim porque esse brinquedos se falham na missão, ou você morre ou sai tetraplégico. Dai me imaginei lá no passado, com 15 anos e passando duas horas na fila do Turbo Drop (elevador do Playcenter) pra subir naquilo, e cair. Essa é a lógica do brinquedo, você SOBE, CAI E SÓ. E se o cinto tivesse aberto? Me vi por segundos nessa situação, e lembrei que de lá do alto dava pra ver São Paulo toda e pensar : se eu cair, já era e eu perdi minhas duas últimas horas no Sol, tostando toscamente em uma fila pra morrer! "Não, sai daqui pensamento, ainda bem que não me dei ao luxo de tal azar, e perdi horas na fila só pra ser cretina e jovem mesmo, mas sai viva, e se hoje eu voltasse por lá, iria sentir falta da Montanha Mágica que era segura e não tinha fila". Dormi.
Acordo, abro as redes sociais de sempre e vou ver as notícias do dia : Menina morre ao cair de elevador (Torre igual ao Turbo Drop, só que mais alta) do Hopi Hari, porque a trava de segurança, abriu...

Vou falar viu, as vezes eu tenho medo de desejar qualquer coisa que seja!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Francamente querida!


Quando 99,9% da população feminina deseja amarrar seu nome na boca de um sapo, e ainda tem quem literalmente diga isso aos quatro ventos, é de se pensar : O que fiz eu, de tão errado?

A resposta está em uma fórmula matemática da vida: altura + peso + cabelo + o resto todo.
Sim, uma mulher frustrada sente-se no direito de odiar quaisquer outra que seja, se acaso ela julgue os quatro quesitos acima de nota maiores que os seus próprios, porque 99,9% da população feminina, vive para fingir que se ama muito, se acha muito, e que não sente nem um pingo de inveja quando vê a Ana Hickmann na TV.

Mas ao se deparar com você, pessoa de pouco amor próprio, mas que a genética teve um pouco mais de compaixão, esse mesmo ser libera toda a sua fúria de existir.  E ai ao invés de se auto ajudar, se destrói de vez. É ai que surgem aqueles seres com metade da cabeça raspada, 345326755 pircings só no rosto, muito pó branco na cara, aquele lápis de olho que você confunde com uma olheira profunda de anemia, e algumas fotos em posições suspeitas,  demonstrando amor a algo de origem "rebelde" - atenção para as que se dizem praticantes de magia, são as mais extremas.
Dai você reclama todos os dias da vida, do quanto gostaria daquela turbinada na vida, daquela depilação a laser e daquele cabelo volumoso; Mas descobre que alguém com metade da sua altura, o dobro do teu peso, e que ainda por cima tenta chocar a sociedade intensificando todos os efeitos que a própria natureza já veio a dar, está pedindo por ai que descubram uma M-A-G-I-A , sim ... MAGIA para acabar com a sua vida.
Eu só acho, (mas só acho) que existem milhares de outras formas cabíveis e altamente aplicáveis quando o assunto é acabar com a vida de alguém. E também acho que se você chegou no ponto de ter que pensar nisso, é porque de fato a sua vida é tão legal, que se ocupar com a dos outros é a única escolha. Dai você passa todo o seu precioso tempo ai, secando alguém com seu "ódio" mortal, ao invés de ir pra uma academia resolver metade desse seu problema de auto estima.
E ainda tendo todo esse tempo de sobra pra pensar em merda, me vai pensar me MAGIA?

 Frankly my dear, i don't give a damn!

- não perca tempo me chamando no msn para comentar que metade da cabeça raspada é algo bonito.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O complexo do bolinho de arroz;



É o complexo mais complexo no psicológico humano. É aquele sentimento que te faz sentir-se inferior até mesmo a qualquer garota que pegue o trem da Zona Leste Paulistana ouvindo um funk nervoso sem fones de ouvido, e usando roupas três números menores que o manequim dela.
Fase muito parecida com a TPM, mas diferente da mesma já que não existem motivos fisiológicos que sirvam de desculpa, sendo então, um grave distúrbio inexplicável.
-  40 de busto, uma medida de glúteos que já tem praticamente vida própria, pernas curtas, tronco de criança de 12 anos, braços em desnutrição, cabelos que não crescem mais que 4 cm por ano, um nariz que me custa 3 fotos boas em 100, e uma insônia que me valem as olheiras da cara. E eu estou velha demais para ter espinhas, alguém devia avisar isso ao meu sistema hormonal.

Mantra : amor próprio, amor próprio, amor próprio, amor ...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Momento da autocrítica


Existe um momento na vida (acredito que na vida de todos) em que cairia bem aquela "penseira" que o Dumbledore usa na saga de Harry Potter, pra tirar seus pensamentos tumultuosos da cabeça, e poder analisar um por um. Ao menos eu, adoraria poder tirar todos, um a um e  entender melhor onde houveram erros, onde houveram faltas de atitude ou mesmo onde eu acertei e acabei não dando valor ao acerto.
O fato é que chega uma hora em que a necessidade dos acertos é muito grande, e você se percebe cobrando de si mesmo  mais do que pode dar, com consciência que precisa dar mais do que pode, ou o relógio da vida vai passar por cima de você feito um trator, te tornando só mais uma dessas pessoas que se movem para a sobrevivência, sem poder viver . Essa fase da vida vem recheada de clichês amigáveis (ou não) dizendo coisas do tipo "não era pra ser agora, tudo tem hora certa" ( tô esperando a hora certa a 23 anos ) " tem que fazer sua parte pra esperar que os outros façam a parte que devem fazer"  (tô a 23 anos fazendo minha parte quando possível ) " o importante é não desistir" (tô pra completar 24 anos e me desesperando, afinal não vou ser novinha tchutchuca com peitinhos durinhos e cérebro fresco pra sempre) "temos que agradecer e dar valor ao que conquistamos, para depois querer conquistar mais" - tô a 23 anos agradecendo o que tenho e sempre desejando as mesmas coisas, e quando as vejo ali, na minha frente, elas escorregam por entre os meus dedos como areia, e o que sobra na palma das mãos, não é o bastante pra construir nem um castelo de areia. E se eu puder culpar alguém além de mim, culpo Murphy por me apontar o dedo e dizer "pode ficar pior!".

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Momento da heresia - Iemanjá


* Dia: Sábado.
* Data: 2 de fevereiro.
* Metal: prata e prateados.
* Cor: prata transparente, azul, verde água e branco.
* Comida: manjar branco, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz, ebôya, ebô e vários tipos de furá.
* Arquétipo dos seus filhos: voluntarioso, fortes, rigorosos, protetores, caridosos, solidários em extremo, ingênuos, amigo, tímido, vaidosos com os cabelos principalmente, altivos, temperamentais, algumas vezes impetuosos e dominadores, e tem um certo medo do mar.
* Símbolos: abebé prateado, alfange, agadá, obé, peixe, couraça, adê, braceletes, e pulseiras.

- Eu sempre digo o quanto acho esses rituais religiosos (em geral) esquisitos. É comida pra santo, bebida, roupa, jóias! Bom, hoje é dia de Iemanjá ( hoje após a meia noite porque eu estou adiantada), o famoso dia de oferendar todas essas coisinhas ai, que até onde eu li são coisas que "ela gosta". Eu só não sabia que em baixo d'água dava pra comer peixe, bolo de arroz e todas essas outras iguarias! E sinceramente acho que ela não come nada, porque no dia seguinte, a gente vê ela devolver tudo pra praia.
Acho que seria muito mais útil se oferecessem essas coisas todas pra moradores de rua, orfanatos e asilos, afinal se a Santa existe, ela deve preferir ver seus filhos alimentados ao invés de ver galinha morta na areia da praia.
E na boa, uma Santa preocupada se o caboclo é vaidoso com os CABELOS? Quem é ela? Mulher do Edward Mãos de Tesoura? Do Wanderley Nunes (cabeleireiro de celebridades) ? Por favor !

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Gosto de você, até que você me prove!

Tudo o que nós pensamos ser certo ou errado, nos foi imposto por alguém que nós nem sabemos quem. E hoje em dia, quando você diz "amor", ou você parece alguém mal amado, ou alguém que vê muito filme da Disney. Acontece que realmente poucas pessoas tem a visão correta do amor. Me contradigo por dizer antes que visões nos eram impostas? Não, porque eu nem disse ainda que pra mim, as pessoas não sabem sobre o que sentem e que cada uma deveria sentir da sua maneira correta de ser. Uma garota quer uma aliança do seu namorado, e vai pedir isso pra ele (preveja  merda). Ela quer uma prova de amor, apenas. Na cabeça de muitas pessoas, um mini bambolê no dedo, é prova de amor. E se a outra parte se nega a dar a prova de amor, que para ela as vezes não prova nada, essa pessoa é julgada e vai ouvir um agudo "você não me ama de verdade".
Bom, eu conheço caras de aliança que são verdadeiros filhos de umas putas, que tiram a aliança na balada, mas poxa, eles deram a prova de amor e as chifrudas se sentem realmente amadas por exibir pra sociedade o "amor" simbolizado ali no dedo. Não estou dizendo que acho que usar o anel do amor seja feio, muito pelo contrário, acho de praxe e muito bonito um pedido de noivado inusitado e com o toque final do anel. Mas não é o objeto a prova de amor, é a forma como ele é dado - logo, se vc pediu pro cara, esqueça o amor, se ele der, é só porque você pediu. Agora se o cara se der ao trabalho de se preocupar em saber o que te faria explodir de euforia e juntasse com a ideia de te dar o anelzinho, acredite, ele quis provar alguma coisa.
Não me sinto feliz com o conceito de amor do mundo em que vivo. Eu acredito no amor provado por convivência, ali no dia-a-dia, superando dificuldades cretinas como o filme que vão ver, onde vão no fim de semana, se vão ou não sair juntos ou separados sem guerra ou desconfiança. Se você gosta de futebol, arrumar alguém que torça pro time adversário é com certeza uma prova de amor, porque não há nada como ver um jogo junto, gritar "gol, seu timinho de merda" e conseguir manter o clima sem ressentimentos depois. Amorzinho perfeito, onde tudo é exatamente compatível e todas as ideias são iguais, não é amor, é amigo gay pra ir no shopping.


Segue uma música que eu realmente só entendi agora, e que não deve ser levada ao pé da letra. Porque quando existem provas de amor, não existe amor ;)



sábado, 21 de janeiro de 2012

Vai da comédia a farsa.


Suspiros seguidos de lâminas quentes que me cortam o rosto; deveria ser uma noite boa, já que toda noite acompanhada por álcool, é boa. Mas algumas palavras podem ferir mais que muitas pedras.
Dizem que quando você toma conhecimento do problema, ele já não é mais um problema. Eu discordo. Quando tomo conhecimeno do problema, ai é que me dói mais, porque sei  do que se trata e nem ao menos posso chorar sem dizer que não sei de onde me vem as lágrimas. Também não posso evitar as mesmas lágrimas quando ouço alguma música que me lembre exatamente tudo aquilo que eu gostaria de esquecer. Pra que esquecer? "Leve com você só o que foi bom", venho me repetindo isso como um mantra, um mantra tão hipócrita quanto a metade das coisas que digo diariamente. Eu sou uma farsa, e vivo constantemente em uma farsa. E agora eu soluço, choro, e não me dou ao direito de dizer a mim mesma que sinto tanta falta assim, ao ponto de ler alguns versos que uma amiga escreveu pra ela mesma, e que me serviram tão bem.
Existem 7 bilhões e tantas pessoas no mundo, mas o fato é que sempre UMA delas, vai te fazer falta.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Os mamilos e suas polêmicas


Você percebe que o mundo é machista até quando uma pessoa "deselegante" posta uma foto dela em cenas picantes com os peitinhos de fora, e um ser surge para comentar a seguinte frase :

"Uma gostosa não faz isso né? Tem que ser uma peitos chatos, tem peitinho nem devia mostrar"

Tirando que isso me lembrou toda a minha adolescência, onde cheguei a ouvir que eu, despeitada por natureza e desprovida da comissão de frente não deveria sequer usar regatas, tirando que isso me soou machista ...
... isso quer dizer que somente mulheres peitudas deveriam cometer o ato de fazer a alegria dos internautas de plantão?
-Pausa para mini flash back : Ei você do pinto pequeno, você deveria ser proibido de achar que vai fazer uma mulher ter orgasmos!
O cara que inventou o sutiã era machista e queria as mulheres a sua maneira, e o que inventou o silicone também, e a nossa vontade mesmo deve ficar reprimida pelo consentimento deles, afinal eles que julgam quem pode ou não pagar peitinho.
E eu vou mandar um e-mail para a Mel Lisboa, ela é linda e inteligente mas não tem licença poética para estar numa playboy com suas poucas tetas.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Ter ou não ter substitui ser ou não ser?



"- Ai caramba! Não, não. Tá mas e se ? E se, pode render um noite de sono passando vontade, ou uma manhã acordando arrependida. Melhor o que? O fato é que sei o que quero, sei que não é isso ... mas e se? Afinal, nem sei o que acontece "do lado de lá". Pode acontecer ménage à trois - ahh seeee!-  pode acontecer um click daqueles de ouvir sinos - e eu estarei sozinha sem sino algum - mas pode não acontecer nada...
... pode acontecer de ser recíproco.
Ah, não! Recíproco comigo? Comigo é tudo maior ou menor, nunca igual."



Me contradigo e faço comigo coisas que sei que no dia seguinte, serão apenas mais uma das coisas que fiz apenas pra saber que não deveria ter feito.
Me vejo entre o dilema do que sinto e do que gostaria de sentir, do que sou e do que gostaria de ser. Não me contento com o que me dou, gostaria de me dar mais.
Fechar os olhos por redenção, aceitar. Sentir que nada sinto, sentir que ao abrir os olhos o que tenho diante de mim não é o que eu desejo ter, que o gosto que sinto não é o que meu paladar guarda na memória, sentir que mesmo contrariando a mim mesma, nunca vou buscar aquilo que me faria abrir os olhos e dizer : meu.
O nosso lugar é onde podemos estar, ou onde devemos estar?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Ministério da saúde adverte:


- Desapegar de indivíduos excessivamente estáveis, pode causar consequências discutivas.

Você pensa que é mais um dia comum, e que a rede social utilizada no momento, não vai apresentar nada além de imagens que você poderia dormir sem ver. Quando de repente, uma música começa a tocar, na sua mente ou não, e você vê o seu nome no recado recente com os seguintes dizeres :  lamento por você ter mudado.
O recado vem de quem um dia você julgou importante. Acontece que quando se tem entre 15 e 20 anos, a tendência ao "achismo" envolvendo determinados sentimentos é comum. Fase típica onde seu grupo de amigos tem até mesmo autonomia de dizer se seu peguete é ou não digno de durar mais que 7 dias. Fase onde seus amigos dizem que nunca vão namorar porque sempre estarão unidos - dai eles empatam literalmente a "foda" - e você, acha que estão apenas sendo amigos demais e cuidando de você. Engano, são só pessoas que você um dia vai olhar e ter pena de um dia, ter sido igual ou semelhante. Eu odeio mudanças, mudar envolve renúncias. Mas sem mudanças não existem conquistas.
A mensagem adorável, seguia com os dizeres : "e vc usa as pessoas como roupas, e quando ficam velhas você joga fora".
Sabe,  como diria Charlie Chaplin "Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama... Amor-próprio" - e eu ? Levo comigo sempre o que foi bom, na constante busca do que serei, sem nunca esquecer quem já fui!

E se você não sabe mudar, tenho más notícias : "tu serás condenado a ser barbado e ainda sim andar de skate, sem emprego e sem profissão, tu serás o homem de 45 anos a usar boné com aba virada para trás estilo Sérgio Malandro, e tu, passarás noites no Red tube" - tudo nos mandamentos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

E se eu fosse daltônica ?


Como você opera, age, frente aos seus objetivos e desejos:
Quer causar impressão favorável e ser reconhecido. Precisa sentir-se querido e admirado. É sensível, magoa-se facilmente se não o notam, ou se não lhe dão tratamento adequado.

Suas preferências reais:
A situação presente contém elementos críticos ou perigosos, para os quais é imperioso encontrar solução. Isto pode levar a decisões súbitas ou mesmo imprudentes. É rebelde e rejeita qualquer conselho.

Sua situação real:
Fica angustiado quando suas necessidades ou desejos são incompreendidos e sente que não tem a quem recorrer ou em quem confiar. É egocêntrico; portanto, ofende-se com facilidade.

O que você quer evitar:
Interpretação fisiológica: Supressão das necessidade físicas e nervosas do corpo. Interpretação psicológica: A situação atual é desagradável. Tem necessidade insatisfeita de aliar-se com aqueles cujos padrões sejam tão elevados quanto os seus, e de sobressair acima do vulgo. O controle dos instintos sensuais restringe sua capacidade de entregar, mas o isolamento resultante leva ao impulso para integrar-se e permitir a ligação com outra pessoa. Isso o perturba, já que tais instintos são considerados fraquezas para ser superadas; reconhece que somente pelo continuo autocontrole é que pode esperar manter sua atitude de superioridade individual. Quer ser amado ou admirado, apenas pelo que é; precisa de atenção, de aprovação e da estima geral. Em suma: Exige que o reconheçam como individuo excepcional.


Seu problema real:
Precisa ser apreciado e respeitado como individuo excepcional para estimular seu amor-próprio e a sensação de valor pessoal. Resiste à mediocridade e impõe elevados padrões a si mesmo.


Tá, o que é isso né? Não, não é uma previsão astrológica, meu horóscopo nem meu mapa astral. Isso é um teste psicológico feito através de cores. Você vai lá, escolhe as cores duas vezes em ordem aleatória e zás, o maldito analista de um SITE deixou ali sua personalidade traçada. Pagar análise no divã pra quê não é?!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

E no consultório ...




-Terumy, me fale mais sobre o que te incomoda. Aliás, me responda, por que você nunca namora?

- Dr. as pessoas vão em micaretas e baladas liberais, eu não.

- Mas as pessoas que namoram não vão em micaretas e suponho eu que não frequentem baladas liberais...

- Pois é, mas as pessoas que namoram conhecem seus parceiros nesse tipo de lugar. Ou você acredita mesmo em namoro virtual?

- Não, mas por que namoro virtual?

- Porque se eu não estiver na internet, eu vou estar na faculdade ou trabalhando. Logo, só me resta a internet como lazer, e eu não costumo me encontrar com as pessoas por ali.

- E por que não marca um encontro ? Não se interessa por ninguém nunca? Não sente atração pelas pessoas?

- Sinto sim, e até me encontro. E é ai que está o problema.

- Qual o problema ?

- Eu me encontro, e ou a sombracelha da pessoa é muito junta, ou muito separada ao ponto de ali caber outro olho, ou ela tem pêlos na orelha, ou o sorriso amarelo. Isso quando não usa um perfume desagrádavel ou está vestida como um adolescente estilo emo. E o pior e mais trágico, quando ela fala palavras erradas, tipo "eu ponhei a calça". Eu ponhei Dr. , do verbo "ponhar" sabe? Não né, nem eu.

- Sabe, quando você realmente sentir amor por alguém, não vai reparar tanto nos detalhes, aliás, quantos detalhes!

- Ah é? E a outra pessoa? Vai deixar de reparar nos meus defeitos? Vai entender que eu comparo ela a um tomate, uma pizza e uma torta? E vai entender quando eu ficar frustrada e triste só de saber que algum pedaço já foi tirado por alguém que não tenha sido eu?

domingo, 1 de janeiro de 2012

Dialogando;


- Caramba meu, o ano tá igualzinho ao que passou. Tô dentro de casa esperando tudo mudar mas não mudou. Acho que fomos enganados! Droga, devia ter usando branco, comido lentilha e pulado sete ondas!

- Eu comi lentilha, passei de branco e nada mudou.

-Mas você não pulou sete ondas! O princípal você não fez, e ainda quer que seu ano seja bom. Lamentável. E ainda se esqueceu que deveria ter ofertado um barquinho pra Iemanjá. Mas ela ganha tantos barquinhos que nem deve sentir a falta de um, porque é barquinho pra caralho. Cheios de porcarias ainda. Depois fica tudo lá, na água! Iemanjá tinha que pedir outras coisas, umas paradas orgânicas, sei lá; século XXI, sustentabilidade e por ai vai.

- Verdade heim, Greenpeace nenhum lançou isso, lança que é sucesso!

- É meu, é bem isso mesmo, se dessem 50 contos pra ela comprar o que quiser como o Leandro Hassum disse era melhor. Pra quê ela vai querer aqueles barquinhos? Cheios de porcarias.

- Nunca tinha parado pra pensar nisso. E os Exu ou sei lá, não sei bem o nome, que as pessoas colocam pipoca pra eles em baixo das camas?!

- Não, não zoa cacete. Os barquinhos são zuados, mas essa da pipoca, é verdade!

- Sério Mateus, explica?

- Ah, não sei, mas eu não brinco. Respeito todas as religiões menos o catolicismo, e a ideia dos barquinhos de oferenda no mar cheios de porcaria.

- Ah poxa, esperava uma super história sobre pipocas exús e camas!

- Não, nem brinca. Minha avó criou um tipo de própria religião. Ela cultiva várias plantinhas, cada uma serve pra uma coisa e deve ter mais de 10 tipos de plantinhas. Dai é só combinar com a mandinga.

- Santas plantinhas, sempre salvando...
( pausa dramática seguida por emotions demonstrando o total vácuo na perda do assunto)

... tô com fome!

- Come a pipoca que está em baixo da sua cama! Falei que era sério? Se você acreditasse na parada, teria algo pra comer agora!