quarta-feira, 18 de julho de 2012

No consultório ...


-Pretende se casar, Terumy? - perguntou o Doutor, com aquele olhar oblíquo, quase que interpretando Machado de Assis.


-Pode me perguntar isso, daqui uns 5 anos Doutor ?

-Posso. Mas hoje gostaria de uma resposta, de acordo com o que você espera pra agora.

-Pra agora, não espero me casar. Não espero nem namorar. Hoje eu espero nunca namorar.

-Nunca? Teve experiências ruins?

-Não, não tive experiências.

-Então, o que você entende por namorar?

-Entendo um domingo. Domingo de Sol e céu azul, com aquela brisa leve. Os amigos reunidos no bar do Geraldo jogando sinuca, comendo carne assada e bebendo cerveja.

-E o que isso tem a ver com um namoro? - indagou praticamente com cara de tédio, achando que eu havia fugido ao assunto.

-Tem que se houvesse um namoro não haveria bar, nem carne, nem céu azul, nem Sol e muito menos amigos. Porque muito provavelmente eu estaria em uma mesa, num desses almoços de família que mais parecem um júri popular, onde parentes chatos que nem são meus parentes, estariam me perguntando sobre meu futuro profissional, como se eu soubesse o que vou comer no jantar no dia seguinte.

-E você não acredita que possa fazer isso por amor?

- (Pauso a mente para o mini flash-back mental, visualiso a cena, vejo a tia do namorado gorda e infeliz num casamento de anos, a avó me servindo mais uma porção de algo que eu não quero comer, a mãe me olhando como se fosse virar mutante a qualquer momento e ter poderes white laser enquanto algum outro familiar insuportável, me questiona em relação a minha vida acadêmica, como se eu fosse pagar dote pelo rapaz.) Nããããão!  O amor tem que ser melhor que isso!

- Me defina o amor, com suas opiniões.

-Domingo de Sol e céu azul, com aquela brisa leve. Os amigos reunidos no bar do Geraldo jogando sinuca, comendo carne assada e bebendo cerveja.


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sobre homens, e miojos !



"E como andam os estudos?" - podia ser a pergunta focal de todos os indivíduos que se dirigem a mim, afinal de contas, todos eles sabem que eu estudo muito hoje em dia. Ou sei lá, podiam me perguntar sobre a minha música preferida da semana, ou sobre o desenho animado melodramático que estou vendo atualmente, ou podiam ser eogcêntricos como sempre foram, e discorrer um longo assunto sobre suas belas vidas frustrantes. Mas não, todos me perguntam a mesma coisa, a anos - não vou falar minha idade outra vez, é deprimente - o foco, é a pergunta focal sobre minha nada mole vida.
"Mas como assim não tem namorado?" - Já justifiquei que ser universitária exige dedicação, que ser uma universitária no curso errado tentando achar o curso certo e tirando as horas extras pra estudar Artes Cênicas, exige MUITO tempo. Mas quem são eles? São pessoas, e como boas pessoas, prosseguem no martírio de me fazer essa pergunta, como se eu mesma não me perguntasse isso a cada vez que cozinho um miojo e percebo que, o tempo que levo para o preparo do macarrãozinho sem gosto, é o mesmo com o qual eu destruo qualquer possibilidade de ter um relacionamento, justamente por eles ficarem cozidos se não no mesmo tempo, até mais rápido. E ah, sem gosto também.
Lasanha de bacon que é bom, nada né, Murphy?!