segunda-feira, 14 de maio de 2012

Despersonalização;


"Noites sem dormir e dias desfocados. Pelo vidro da janela fechada, o ar parece úmido, talvez esteja chovendo. Poderia dizer exatamente se está ou não, se fosse um dia comum, mas hoje quem vê o dia é ela e não eu, e ela não sabe se sonha, ou se vive.
As pupílas dilatadas, e os olhos abertos como se pregados. A imagem que se forma na parede, se forma lá ou mais além do que se pensa? Diferente do corpo, as imagens podem se mover com leveza. Os músculos acompanham o ritmo dos pequenos choques involuntários que o cérebro confuso emana. As extremidades se congelam, como se perdessem a vida por conta delas mesmas. O senso de direção ela não sabe, mas algum lado do corpo adormeceu, tornando mais difícil a passagem do ar, que não sabe se passa, ou se finge.
O corpo contorcionista se dissipa do que deveria ser consciente, para que permita se ver. Ela se observa enquanto se move, sem sentir mover-se, sem saber se está acordada. Os sons são claros como toda a ação, reais ou não.
O despertar há de ser o mais incomum, quem acordou ela não sabe, assim como desconhece se dormiu, quem dormiu e quem vê. "

domingo, 6 de maio de 2012

Não joguei a botinha da Carla Perez na cruz


Li uma matéria sobre xampu íntimo ser bom para o cabelo. Mas não, não foi por esse extraordinário motivo que eu resolvi vir aqui gravar minhas memórias selecionadas. É algo ainda mais intrigante que pelos pubianos serem comparados ao couro cabeludo.
Quando você se acostuma a mal dizer a vida e sempre esperar pelo pior, pra não ser surpreendido no fim das contas, você aprende uma lição de vida valiosa: não reclama, porque pode ficar pior. "Apenas sorria e acene..."
Mas ai vem Pandora e abre a caixa, e lá vamos nós ser pegos de surpresa outra vez. Nem sempre tudo é um castigo, e nem todo mundo mora no mesmo endereço. 
Eu me acostumei sim a finalizar festas chorando e tendo ressaca moral por dias consecutivos, assim como achava bom ser tratada sem "bom dia" ou "boa noite" (e um durma bem, depende de quem vem, a gente acaba mesmo indo dormir bem...).
E mais estranho ainda, é que quando uma coisinha de nada vai bem, e te tira um sorriso, vem aquele mar de coisinhas boas, ao ponto de você ter de reclamar por estar feliz. Não é ingratidão, é desconfiança, sabe-se lá onde tudo vai dar, onde tudo acaba dando. Mas pela primeira vez, eu não estou realmente nem aí para o que vai dar, e se já deu? É só uma questão de um click, um suspiro, e uma falha técnica na rota giratória do planeta, e pronto. Se eu na minha condição de Deus vou permitir isso, ai já é outra história.
E sobre os xampus íntimos,  eu prefiro não testar o PH vaginal dos meus folículos capilares, obrigada.