segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ai de mim, que não sou romântica.



Descobri que eu tinha muito a dizer. E não disse nada. Ouvi por mais tempo que imaginava ouvir, coisas que nunca se passaram na minha cabeça. Em modos comparativos, diria ter sido mais surpreendente que diálogos de taxistas. Você sabe seu destino, e espera que apenas chegue bem no final. Não ando sentindo sono, nem fome. Talvez não ande sentindo nada. Ou talvez esteja sentindo que eu não sei exatamente nada sobre mim mesma. Tenho pra mim que me crio e me reinvento sempre que preciso. Assim como crio expectativas, e me defendo delas por saber o quanto espero. Ou minto pra mim mesma pra acreditar na veracidade de sentimentos que eu nem sei se possuo.
Apenas tenho certeza que tinha muito a dizer, mas preferi me calar e ouvir. E talvez seja isso, e eu tivesse que ouvir pra compreender que eu, bom eu não faço parte daquela vida que um dia achei que faria.



" nem desistir nem tentar, agora tanto faz ..." - toca no player depressivo, e nem é de um táxi qualquer.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

É sobre amor, e bacon!


 Oh não! É dia 12 de junho, dia dos namorados. E eu estou escrevendo no dia 11, porque eu pouco me importo com o raio do dia dos namorados. Aliás, dias temáticos pouco me importam, se não forem do tipo "dia da cerveja" ou "dia do bacon". Antigamente tínhamos diversos dias no calendário que eram realmente válidos. Tipo o dia do Índio (que ainda está no calendário mas ninguém lembra, e se bobear o Índio mesmo nem sabe). Agora temos dias temáticos pra indústria dos porcalitos enfiar nas nossas cabeças que nós precisamos comprar algo que não precisamos ter. Na páscoa te fazem comprar uma barra de chocolates derretida e refeita em forma de "ovo de coelho" (coelho é mamífero, nunca vou entender), no Natal te fazem crer no Papai Noel que deve ser amigo de Jesus, afinal é aniversário dele. Ou  tem essa de que precisamos ter um "amor" na vida, pra presentear ele com algo que ele não precisa ter. E daí você entra em desespero, porque você não tem um amor pra dar um kit de perfumes e loções pós-barbear, e começa a metralhar as redes sociais com publicações sobre o quanto Deus (ele sempre é o culpado de tudo, sempre) está te castigando nessa vida, e o como você vai se vingar de tudo isso enchendo seu rabo de chocolate para superar o vazio insuportável que existe em seu peito. Eu tenho uma dica pra quem só se importa com o amor nessas horas, tem gente na rua, sem namorado e sem chocolate, passando frio e fome. Vá distribuir cobertores, aproveita pega um e se aqueça sozinho (a), quem sabe com essa boa ação, ano que vem  "Deus te abençoa" !

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Era uma vez ...


Indiferente do que se usa no contexto, pode ser uma maçã envenenada, um espinho em uma flor ou um sapatinho perdido. Tem também aquela que o príncipe é amaldiçoado e vira monstro, mas é salvo pelo amor da princesa e vira príncipe outra vez ( deve ser a fábula mais criativa e menos machista, afinal nessa a princesa faz algo útil além de ficar posando de vítima) . O fato em comum entre todas essas histórias, além de terem influenciado milhares de crianças tipo eu, a acreditarem no amor, é que em todas elas, o amor surge pra salvar alguém. Isso que eu me nego a falar sobre Sherek!
Não bastasse a gente ganhar bonecas e sermos empurrados a um destino fatal de procriar e sobreviver, estamos fadados a crer no amor como um tipo de salvação, tão amargo quanto crer que Jesus vai retornar a Terra pra nos salvar dos nossos pecados (se é que um dia veio, e se é que foi Jesus ...). Enfim, deviam fundar a Igreja do Amor, pra ficar mais forte o argumento inconsciente que temos de que ele vai nos salvar.
Ando muito incomodada com demonstrações afetivas, sejam elas reais ou fictícias. Você liga a TV e lá estão todas as novelas, com o foco principal em algum casal que sofre diversos imprevistos da vida, até que então podem ficar juntos. Você abre um livro, e uma frase que seja vai falar de amor, no meu caso, eu desisto da TV e resolvo curtir a família, e vejo meus pais que nunca brigaram e vivem num amor visível a anos (ok, esse eu não vou reclamar). Você ouve uma música ... bom, ai é suicídio. Me incomodo ultimamente. Me incomodo porque creio que nunca senti isso. E se um dia cheguei perto, algo do tipo roteiro de novela mexicana ocorreu, e me levou pro boteco mais próximo pra me fazer esquecer, ou ficar confusa e pensar " bom, eu devia ter imaginado ..." .
Eu não sei onde está o amor, também não sei se ele é capaz de vir até mim. Mas sei que eu gostaria que alguém fosse capaz de roubar meu coração, e me salvar do frio com uma piada boba, ou indo pro drama de crer que alguém poderia morrer, caso eu morresse também.
Mas meu príncipe deve estar muito ocupado salvando outras princesas ou bruxas ( coisa real dos contos de fadas nas nossas vidas, as bruxas), já que nos contos de hoje em dia a gente precisa sair por ai, sem saber quem precisa de um coração, ou quem já tem um que só está esperando por um "e foram felizes para sempre", nem que não seja pra sempre.

"Sem essa de pra sempre, é amor até deixar de ser." - Soulstripper