quinta-feira, 26 de maio de 2011

Déjà Vu

Tive um sonho estranho hoje, um sonho que me despertou para uma realidade, que talvez, eu não gostasse de despertar, ou mesmo, eu me negue a isso, mas mesmo assim, sinto que é igual a nada, e pouco importa. Estou ouvindo uma música agora que além de descrever bem isso, possuí uma letra que eu realmente admiro.




Nenhuma verdade me machuca
Nenhum motivo me corrói
Até se eu ficar
Só na vontade, já não dói
Nenhuma doutrina me convence
Nenhuma resposta me satisfaz
Nem mesmo o tédio me surpreende mais

Mas eu sinto que eu tô viva
A cada banho de chuva
Que chega molhando o meu corpo

Nenhum sofrimento me comove
Nenhum programa me distrai
Eu ouvi promessas e isso não me atrai

E não há razão que me governe
Nenhuma lei pra me guiar
Eu tô exatamente aonde eu queria estar

Mas eu sinto que eu tô viva
A cada banho de chuva
Que chega molhando o meu corpo

A minha alma nem me lembro mais
Em que esquina se perdeu
Ou em que mundo se enfiou

Mas já faz algum tempo
Já faz algum tempo
Já faz algum tempo
Faz algum tempo

A minha alma nem me lembro mais
Em que esquina se perdeu
Ou em que mundo se enfiou

Mas eu não tenho pressa
Já não tenho pressa
Eu não tenho pressa
Não tenho pressa...

domingo, 22 de maio de 2011

Morte;

Nada me assusta tanto quanto essa palavra de cinco letras ... nada.
Você sabe que existe, sabe como passou a existir, mas não sabe para onde vai depois que cumprir seus dias por aqui.
É um sentimento de partir, de nunca mais, de escuridão.
É normal temer o desconhecido.
A morte sempre me fez sentir algo profundamente terrível, desde a morte de uma formiga, até a morte de um familiar, para mim, todas elas sempre foram iguais, aquilo representava o nunca mais, a partida para o desconhecido, ou o simples "deixar de existir"; absurdo! deixar de existir ... não haveria sentido.
Fazia tempo que eu não sentia o gosto amargo de uma lágrima por cinco letras...
fazia tempo que eu não sentia o cheiro da morte.
Hoje eu senti, mais um vez me lembrando que tudo isso, um dia acaba.
A noite que me parecia só mais uma noite de sábado, terminou com a péssima chegada em casa pela manhã, e aquele sentimento ao entrar pela porta de "está tudo bem por aqui?"-parecia que sim, mas estranhei a porta entreaberta, e a falta de uma das gatas nela miando como quem diz "bom dia!"; bom, elas podiam estar se espreguiçando por ai.
Esquentei minha pizza, abri uma coca, e fui deixar a bolsa no quarto. Não precisei passar da porta para perceber que não, não estava tudo bem. Aquele cheiro estava lá ... o medo em cinco letras, devia estar lá junto do medo de acender a luz e descobrir de onde vinha; mas melhor não prolongar, acendi e vi o sangue, a sujeira de quem sentiu muita dor, e as patinhas de alguém que me infernizava e acompanhava a alguns anos ... minha gata estava ali, ao lado da cama, como quem foi pedir socorro mais um vez, já que na primeira , eu socorri a tempo .. desta vez, eu não estava em casa, não estava ali, e não cheguei a tempo, lamento tanto por isso! E lamento mais ainda por quem fez isso pela segunda vez com ela, porque por mais que tenha conseguido mata-la, conseguiu também uma bela dívida; não comigo, mas com a justiça da vida. Sabe, eu sei quem foi, porque não é a primeira vez, e dou só um aviso: um dia você vai acordar, e não haver UM único passarinho nessas suas malditas gaiolas, farei um favor a eles, me vingado de você, além de te desejar TUDO de melhor nessa vida, inclusive, que você possa receber em triplo tudo aquilo que deseja para mim e minha família, e minha família inclui meus animais.

Lamento pela Nala, eu gostava muito dela e não queria que ela partisse assim, sabendo que eu não a ajudei :/ .. e espero conseguir salvar a Helena ... infelizmente quem faz 3 vezes, faz 4,5,6......

Domingo cinzento pra mim :,(

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Poemas Inconjuntos

Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei e nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.








Alberto Caeiro

terça-feira, 17 de maio de 2011

Ausência;

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos porto silenciosos.
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas;
serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.








Vinicius de Moraes.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

e o futuro é agora ...

Muitas vezes nós acreditamos estar amando alguém
assim como muitas vezes acreditamos estar felizes com alguma situação,
quando na verdade estamos apenas acostumados.
O costume mal acostuma, condiciona e vicia.
O vício mecânicamente mantém as coisas em uma rota inérte;
e você crê que a vida caminha, quando ela apenas se mantém.
Manter não é viver, mudar é um dilema.
A mudança é a única saída para se deixar de acreditar, e passar a ter certeza.
O problema é que mudar dói, deixar de acreditar é díficil e perder o costume parece impossível;
São manias, rotinas, divãs, pessoas ... as pessoas, desacostumar-se delas é uma tortura.
Não deve ser a toa que uma borboleta se mantenha tanto tempo em um casulo para então chegar a possível perfeição; E ali, sozinha é que ela amadurece.
E bem, se você se afastou de alguém, e esse alguém não lhe procurou, é porque você está de fato no caminho certo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Borboletas;

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de
se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar
não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!


[ Mário Quintana ]

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Arquivado.

Faz um segundo e fez um ano, faz frio.
Era um corpo na alma do outro ... era uma ideia de alma no corpo errado, corpos não sustentam ideias, a alma se encarrega disso.
Convém lembrar, que expectativa demais gera surpresas de menos ...
Mas também cabe lembrar que tudo deve sempre ter o momento certo. Ou não?
Cansa pensar qual é o momento certo, quando pode, quando deve falar, quando deve agir ... e se você pensa demais, alguém vai e faz tudo o que você, pensou demais para fazer; Ah ...mas se você faz, e não era a hora ainda, você se precipita, fica vulnerável e cria um problema.
Tenho problemas e tenho soluções, não tenho certezas; essas dizem que se escondem dos sábios, afinal quem garante que a certeza é certa?
Certo ou errado, tenho certeza que existem duas formas de começar as coisas ... uma delas é começar com a água fria, até que ela ferva, e a outra é começar com ela fervendo e depois lamentar e sofrer até que evapore, ou esfrie novamente.
De uma forma ou outra, ela não desaparece, apenas muda de forma.