quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Biografema;


É só um olhar
 Um breve espaço de tempo entre os olhos e o sorriso
Entre o que sinto e  não digo, entre o que gostaria de dizer.
Não apenas um olhar
Mas um breve espaço de tempo entre pensar e sentir
Sentir-se
Nos sentir, enlouquecer.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Ah, o carnaval ...


Mulheres semi-nuas, gente feliz, gente embriagada  aquele ar praieiro até no centro da cidade; confete, serpentina, espuma e aquele axé anos 90 que se você não dançou, pulou uma etapa da infância muito importante e coletiva.
Coletivo, plural, carnaval. Estou no singular, talvez pela ideia utópica de ser par, não ímpar. Carnaval é pra quem tem alma de solteiro, pra quem vai curtir cada segundo como se o amanhã que vem quatro dias depois, não importasse. Egoísmo, existem pessoas comprometidas que se divertem também, tem lá o seu espaço, e geralmente estão lá juntas. No "enfim", o carnaval é uma festa pra quem está inteiro.
Paixão emburrece; E se todo carnaval tem seu fim, eu me despeço do meu logo na entrada, afinal  já não estou inteira, me fiz metade, e confesso: estou burra!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Iceberg



Posso inspirar com todas as minhas forças, o ar parecer não vir. Posso estralar mil vezes os dedos das mãos, elas parecem não aquietar. No estômago, a sensação de algo que comi e me feriu; na boca, o gosto amargo do ferimento. Porém os olhos não me lavam o rosto a muito tempo. Tenho a impressão que me acostumei com algo insuportável, a ponto de tornar tudo o que sinto insensível. 
Não existe mais abraço, nem ombro amigo. Existem amigos que eu não reconheço mais. Não existe mais zona de conforto, existe a inquietude de voltar devido uma falha. Não existe completude, existem dúvidas que se negam a dar explicações. Não existe felicidade, existem momentos de fúria onde o eu entra em completa negação com uma realidade tão mudada. 
Onde foram parar as pessoas que eu deixei aqui? E as que agreguei a pouco, que me pareciam tão certas de estar aqui, onde foram parar?
Existe uma casca, existe uma farsa, existem tantos erros. E existe uma ferida grande demais que talvez seja a única verdade. Sou o conselho, o ombro amigo, o ouvido e o cérebro. Não o pedinte, a cabeça, a boca e o coração.