quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sentindo o sentido do invisível ?!



Tudo começa quando alguém me diz "oi, que saudade!" - sério? saudade? hã? - Tenho defeito nesse "sentimento".Talvez por não ser exatamente brasileira, é, porque até onde sei, saudade é um sentimento tipicamente daqui, em outros lugares ele não é um sentimento, é uma falta apenas, como qualquer outra. E é ai que está o problema. Eu não sinto saudades, eu digo que sinto, até digo, quando sinto tédio e lembro que "alguém" poderia estar comigo, mas é involuntário e meio vazio, só pra me sentir humana como todo mundo. Vejo a pessoa que não vejo a muito tempo e digo "sinto saudade", quando na verdade eu pouco sei sobre. Sei que descrevem saudade como uma agonia insuportável, um vazio que só alguém poderia preencher, a falta absurdamente sentida por alguém que se ama. Então é por isso que eu não compreendo a saudade. Eu não entendo a descrição do amor também.
Amor: afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém.
Vê quanto significado tem o amor? Então ninguém pode me culpar ou julgar quando digo "eu te amo" para diversas coisas e pessoas, no exemplo "apetite" então? Posso dizer que te amo por estar comendo - algo ou alguém?- enfim. Aquele amor que contam como irreversível, indestrutível e único, eu desconheço. Assim como a saudade. E assim como Deus. Esse Deus de letra maiúscula, unipotente e unipresente, sentado numa nuvem e invisível pra mim, e audível pro pastor da Igreja da esquina, ele não existe. É impossível ter um homem invisível lá em cima no "nada" me olhando pra contar com quantas pessoas eu saio e julgar minha vida sexual. As nossas, no caso.
Vou seguir com sorriso meia lua sempre que alguém vier me expressar saudade, e ficar me perguntando se essa pessoa apesar de estar dizendo isso, assim como eu não faz a menor ideia do que diz. E vou imaginar que ela diga eu te amo, tentando buscar nessas poucas palavras o que significa poder gostar muito de tantas outras coisas e criar isso pra diferenciar todas elas, e também vou imaginar que ela vai olhar pra cima e pensar: Deus, alguém ali disse que o senhor lhe falou, e eu me acho estranha, porque ouço vozes as vezes, que não são as suas. Um dia eu descubro o que é saudade, amor e deus, mas até lá, eu fico com o que é concreto : uma boa dose de vodka.

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