Atrás do espelho;

Difícil é saber que cabe a mim decidir mudar, ou persistir no erro, mais complicado que isso é, não saber exatamente se é um erro.
Nós só percebemos o quanto algo nos é prejudicial quando nos prejudica. Antes disso nós nunca achamos que vai nos afetar, aquela velha história "não comigo", a maldita mania egocêntrica de achar que pode sim atingir o outro, mas a si próprio jamais;
Por que é tão fácil apontar os erros de alguém, e não enxergar os seus próprios erros?
Me sinto realmente vazia quando penso que a única coisa que me faz encontrar minha razão, minha essência, a única coisa que me faz sorrir independente do que ocorra, pode estar ao mesmo tempo me destruíndo sem que ao menos eu perceba. Ou não; talvez eu o perceba, mas não queira perceber pelo simples fato de não ter com o que me contentar.
E eu entro no fantástico mundo da minha mente outra vez...entro todas as vezes em que me perco, todas as vezes que deixo minhas qualidades de lado.
Há tantas coisas que sei fazer e faço bem! Porém em nenhuma delas tenho encontrado refúgio; Mas refugiar-me de quê ? Acho que eu não soube crescer. E todas as vezes que me deparo com uma mulher no meu espelho, fico apavorada. Ela me olha com desprezo, me dizendo o que fazer com o corpo presente ao lado de fora do espelho. Ela é a mente. Não apenas minha imagem refletida, mas meu universo paralelo, ali dentro estão meus pensamentos e meus princípios, e o lado de fora nada mais é do que um corpo perdido que olha a sí mesmo tentando buscar as respostas que sempre estão ali dentro dele mesmo.
Podemos perder nossa essência milhares de vezes, e podemos reencontrá-la todas as vezes que nos lembrarmos o que existe por de trás do espelho.
E então, cabe decidir mudar, ou persistir no erro? Primeiro, preciso descobrir o que é errado pra mim, porque nem sempre o que é prejudicial e errado pra alguém, quer dizer que seja para mim. Corpos diferentes "espelhos" diferentes;