domingo, 21 de novembro de 2010

"Amadurecência"

Por favor amigo, cave a cova, bem funda e depressa.
Vocês esqueceram do meu funeral e já estão conformados
não choraram minha morte, mas eu morri.
Eu não sabia.
Me iludia com a vida, com abraços e palavras amigas
me julgava confortada e viva.
Mas vocês já me veêm morta,
qualquer mudança é morte
qualquer forma diferente de pensar é esquecida
qualquer atitude nova é jogada longe.
Vocês não sabem lidar com algo além de suas fútilidades
Se eu deixasse de comprar aquele livro para comprar uma roupa bacana
eu estaria ai, vê? Você esta me abraçando e dizendo palavras doces ...
...doce acidez que se esconde em olhos oblíquos.
Eu não sou o que vocês querem, por não possuir o que precisam.
Amizade pra muitos é conveniência.
"Se te chamei aqui, é porque você tem muito do que me interessa."
E o que sou, onde está?
Ah! Me esqueço, isso não pode ser pago no cartão em algumas vezes com pouco juros.
É, posso não ter o que você tem.
Mas tenho o que necessito ter, e o que posso ter
antes isso, do que afogar o pouco que me resta para ter o muito que não me cabe.
Admiro quem tenha de fato, e me leve por conta do que posso ser, e não ter,
Pena que exista tão pouco para admirar ... são raridades.
Devo me apegar ao que não me convém, por ser conveniente apenas pro meu estado de espírito;
O material fica pra vocês, que são tão descartáveis quanto.
Dói, mas tudo que dói fortalece
e vou me lembrar quando conseguir, por menos ou mais que demore;
por enquanto estou aqui observando o quanto vocês se divertem.
Mas logo estarei num outro plano, ocupada demais para notar
o quanto vocês gastaram para manter-se no mesmo lugar.
Perdoem-me se eu atrapalhei a festa, pra perguntar sem conveniêcia
"olá, como vai você?"
Que Roberto me desculpe, mas não, eu não preciso mais saber das "suas vidas."

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