sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Iracema

De prévio aviso expresso minha opinião: até agora foi o livro mais curto e mais chatinho de ler da lista de obras literárias da fuvest.
Curto, é um livro de poucas páginas, eu li em poucas horas, porém é cansativo, já que é um romance indianista, onde praticamente todas as personagens são indígenas e muitas palavras também. É ai que fica a chatice, já que ao rodapé das páginas ficam as traduções das palavras que são muitas, e a leitura acaba ficando por etapas; Mas tem o lado bacana disso, aprender um pouco sobre as nossas raízes.
Iracema, é um romance brasileiro escrito por José de Alencar, em 1865, e conta a história do Ceará, terra natal do autor. O romance é tipicamente "impossível", entre uma índia e um branco. Iracema e Martim. Na história Iracema representa a natureza, e pureza, E Martim, representa a civilização, os Europeus de seu nome Martim, uma referência ao Deus romano da Guerra, Marte.
Martim, chega em uma jangada, quando ouve o nome de "Iracema", ela está se banhando e ele chega, ela então o acerta com uma flecha e o machuca... e segue a frase:
"sofreu mais da alma que da ferida"
Para mim, essa frase classifica bem a obra no romantismo, mostrando que a flecha da mulher então amada, o dói mais na alma do que de fato por dor física.
Ela se arrepende e o leva para sua aldeia, logo Martim fica amigo da tribo de Iracema, onde ele é bem recebido e o Pajé diz que ele foi trazido por Tupã, que é reverenciado pelos indígenas durante todo o enredo. Martim, pode ter todas as mulheres da aldeia para o servir, porém ele deseja Iracema, e esta, a virgem dos lábios de mel e dos cabelos mais negros que a ave da graúna, diz que não pode, e explica que deve permanecer virgem, ela carrega o segredo da tribo, ela prepara a bebida alucinógena que os índios usam em rituais. E exatamente por conta dessa bebida, Iracema e Martim, tem sua primeira noite de amor. Isso gera uma guerra entre as tribos, já que Iracema não podia ter e apaixonado por Martim, nem por nenhum outro homem. E então, Martim precisa ir embora, e ela o segue. Ele não tem consciência do que houve entre eles , já que estava sob efeito da bebida, e quando tenta se despedir dela, ela o revela que já não pode voltar, pois já é sua esposa.
(imaginem que coisa, transou tá casado!)
Eles fogem com a ajuda de um índio amigo de Martim, que o considera um irmão, Poti; Resolvem habitar as margens de um rio perto do Mocoripe ( morro de areia) - nessa parte eu tive a impressão de que fosse, as dunas de areia, e que ficasse próximo a alguma praia cearense, porém o livro diz que é um Rio ...
Após algum tempo morando ali, Martim fica deprimido. Apesar de ter sido feliz e amar Iracema, ele deixou uma família, uma noiva, e amigos em suas terras distantes, e começa a viver em alma, longe de Iracema; Em meio a essa tristeza, Iracema está grávida, e Martim parte com Poti para uma batalha, já que agora é um guerreiro. Martim demora muito a voltar, Iracema da a luz a seu filho, que batiza Moacir (filho da dor), ela esta adoecendo de tristeza por saudades de seu amado, o tempo passa, ela adoece mais, já não tem leite para dar ao filho, pois suas lágrimas são tantas que o secam. Já sem esperanças, Iracema senta-se com o filho a porta, e desfalece. Martim e Poti finalmente chegam, a tempo de que Iracema apresente o filho ao pai, e este veja o sofrimento que causou a esposa, que logo em seguida morre.
Martim a enterra debaixo de um coqueiro, "e foi assim que um dia veio a chamar-se Ceará o rio onde crescia o coqueiro, e os campos onde serpeja o rio".
As personagens ai, resprentam alegoria para a formação do povo brasileiro que é representado pelo filho do casal, Moacir, que nasce da junção de uma nativa com um europeu. A obra é escrita em prosa, um romance poético, histórico-indianista ou mitopoética, ressaltando a lenda, a narrativa, a poesia, o heroísmo, o lirismo, a história, o mito.

Nenhum comentário: